Cidades

Câmara rejeita requerimentos sobre gastos da Guarda Municipal e relação de contratos de locação de imóveis da Prefeitura: transparência enterrada por 10 a 1

Vereadores liderados por Madson Monteiro impedem fiscalização proposta por Helenildo Neto; lá não passa nem sinal de wi-fi

Redação 09/05/2025
Câmara rejeita requerimentos sobre gastos da Guarda Municipal e relação de contratos de locação de imóveis da Prefeitura: transparência enterrada por 10 a 1

Em um ato que escancara a conivência da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios com a opacidade da gestão da prefeita Luísa Júlia Duarte, a maioria dos vereadores rejeitou por 10 votos a 1 dois requerimentos fundamentais de autoria do vereador Helenildo Neto na última quarta-feira. A derrota fragorosa dos pedidos de informação expõe a clara intenção dos parlamentares em blindar a administração municipal de Luisa Júlia Duarte e ocultar informações cruciais sobre a destinação de recursos públicos.

Requerimentos Rejeitados: Transparência Enterrada


Os requerimentos 041/2025 e 042/2025, ambos assinados por Helenildo Neto, buscavam informações essenciais sobre a atuação da Guarda Municipal e os contratos de locação de imóveis firmados pela Prefeitura. No primeiro, Neto solicitava dados acerca do quantitativo de viaturas, modelos dos veículos e os valores pagos pela administração para equipar a Guarda Civil Municipal. No segundo, ele exigia uma relação detalhada dos imóveis alugados pela Prefeitura, com endereço, valores mensais, finalidade e locador.

Ambos os pedidos foram sumariamente rechaçados pelo plenário liderado por Madson Monteiro, evidenciando a resistência em se prestar contas à população. A justificativa para a recusa? Nenhuma. Apenas o silêncio conivente daqueles que deveriam fiscalizar e cobrar ações do Executivo, mas que preferem se omitir em nome de interesses obscuros.

Oposição em xeque: Helenildo Neto não recua


Após a derrota em plenário, o vereador Helenildo Neto não escondeu a indignação com a postura dos colegas. Em tom veemente, afirmou:

> “Lamento muito a rejeição dos nossos requerimentos e muito me estranha a insistência da prefeitura em fazer de tudo para esconder as informações sobre como e onde gasta o dinheiro da nossa população. Irei solicitar essas informações diretamente ao gabinete da prefeita e, se continuarem tentando esconder esses dados, conseguirei na justiça. Não deixarei de cobrar e muito menos de apresentar meus pedidos de informação. Podem continuar rejeitando meus requerimentos, vou continuar trabalhando e não irei parar de solicitar informações e de cobrar providências em favor da população de Palmeira dos Índios.”



A fala contundente de Neto deixa claro que a guerra pela transparência está apenas começando. Ao insistir em esconder dados básicos sobre a aplicação de recursos públicos, a gestão Luísa Duarte cava um abismo entre o Executivo e a população, alimentando a desconfiança e minando a já frágil credibilidade da administração.

A cegueira institucionalizada: a Câmara que não vê, não iuve e não fala


Enquanto projetos propositivos que atendem aos interesses do Executivo são aprovados sem resistência, pedidos de informações são massacrados em plenário. A Câmara de Vereadores, que deveria ser um bastião da fiscalização, se mostra, na prática, um bunker do silêncio conivente.

Se a prefeita Luísa Duarte não tem nada a esconder, por que a resistência em apresentar dados básicos sobre contratos de locação de imóveis e estrutura da Guarda Municipal? Por que os vereadores preferem rejeitar os pedidos de informação em vez de cobrar respostas concretas?

O que se viu na última sessão ordinária foi um verdadeiro teatro do absurdo, onde a transparência foi deliberadamente enterrada sob os votos complacentes dos vereadores. Enquanto isso, a população segue no escuro, sem acesso a informações sobre como o dinheiro público está sendo gasto.

A postura omissa da maioria dos vereadores deixa evidente que a Câmara Municipal de Palmeira dos Índios se transformou em um cenário onde o interesse público é relegado a segundo plano, enquanto interesses particulares seguem blindados e protegidos por um pacto de silêncio. A questão que fica é: até quando o povo de Palmeira dos Índios suportará a cegueira institucionalizada e o conluio pela opacidade?