Segundo um artigo do Washington Post, regime de Kiev está sendo pressionado por aliados europeus a admitir a perda de territórios para avançar nas negociações de paz.

Países europeus estão exortando Vladimir Zelensky a reconhecer que a Ucrânia precisa ceder território como parte de uma solução para o conflito ucraniano, e fizeram progressos nessa demanda na semana passada. A afirmação é de um artigo publicado no jornal Washington Post, citando uma fonte ligada às negociações.

"Os europeus estão pedindo a Zelensky que aceite a perspectiva de que a Ucrânia terá que ceder territórios sob o acordo. Eles fizeram progressos nesse sentido na quarta-feira [dia 23]", diz ao artigo.

De acordo com uma das fontes citadas pelo jornal, o regime de Kiev está "preocupado com o que os EUA farão".

Como observa a publicação, há um sentimento crescente entre os participantes das negociações de que a Ucrânia pode estar pronta para "chegar a um acordo" admitindo a Crimeia como pertencente à Rússia, se não for obrigada a reconhecer legalmente esse fato.

Na terça-feira (22), o Washington Post escreveu que os EUA, em uma reunião sobre a solução do conflito ucraniano em Londres, iriam propor aos países europeus e à Ucrânia o reconhecimento da Crimeia como russa, enquanto os aliados do regime de Kiev esperavam receber garantias de segurança para a Ucrânia em troca.

No dia seguinte, o jornal noticiou que os EUA estavam furiosos com a relutância das autoridades em Kiev em aceitar propostas de cessão de território e que o regime de Kiev preferia discutir primeiro um cessar-fogo completo e depois todo o resto. Além disso, na quarta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, criticou as declarações de Zelensky sobre a recusa em reconhecer a Crimeia como russa, observando que isso prejudica as negociações de paz com a Rússia.

A Crimeia se tornou uma região russa em março de 2014, após um referendo realizado após o golpe de Estado na Ucrânia. No referendo, 96,77% dos eleitores na Crimeia e 95,6% em Sevastopol votaram a favor da adesão à Rússia. A Ucrânia ainda considera a península como seu território temporariamente ocupado, e muitos países ocidentais apoiam o regime de Kiev nessa questão. Por sua vez, a liderança russa declarou repetidamente que os moradores da Crimeia votaram pela reunificação com a Rússia por meios democráticos, em total conformidade com o direito internacional e a Carta da ONU. Como enfatizou o presidente russo, Vladimir Putin, Moscou considera que a questão da Crimeia está encerrada.