Internacional

Sobrinho do Papa comparece a funeral graças a doação

Corrida solidária na Argentina aconteceu após entrevista em TV

Redação ANSA 25/04/2025
Sobrinho do Papa comparece a funeral graças a doação
Foto: Reprodução / Agência Brasil

"Estou tentando organizar a viagem" para ir ao funeral do meu tio na Basílica de São Pedro, no Vaticano, mas "não temos condições".

As palavras de um dos sobrinhos do papa Francisco, Mauro Bergoglio, enfermeiro profissional de Buenos Aires, transmitidas pela emissora argentina A24, geraram solidariedade no país. Em menos de um dia, o homem, filho de Oscar Bergoglio (irmão do Papa), recebeu uma passagem para voar do aeroporto de Ezeiza para Roma Fiumicino, na Itália, junto com sua esposa, graças à generosa oferta da proprietária de uma agência de viagens que, evitando microfones e câmeras, pediu para permanecer anônima, e aos que fizeram transferências bancárias para permitir que os dois jovens organizassem melhor sua estadia em Roma, que também quiseram permanecer no mais estrito sigilo. O episódio fala sobre a atual austeridade da família de Jorge Bergoglio, permitindo compreender melhor algumas escolhas do Papa, como a de renunciar à pompa dos apartamentos do Vaticano e preferir a simplicidade do quarto 201, da Casa Santa Marta. Mas a história do sobrinho também mostra as dificuldades que muitos argentinos estão enfrentando devido à profunda crise econômica atual e às acrobacias que muitos fazem para sobreviver. Nas últimas horas, o presidente argentino, Javier Milei, também chegou a Roma com uma delegação de seis pessoas.

Viajam com ele a secretária-geral da presidência, Karina Milei, o chefe de Gabinete, Guillermo Francos, o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, o chefe da Diplomacia, Gerardo Werthein, e as ministras Patricia Bullrich (Segurança) e Sandra Pettovello (Capital Humano). Fontes oficiais também anunciaram que decidiram não divulgar o local da acomodação do chefe de Estado, por "razões de segurança", excluindo o uso das instalações da embaixada, consideradas "inadequadas". Por outro lado, muitos analistas apontam a mudança de tom de Milei em relação ao Papa, em uma tentativa de se aproximar da figura do Santo Padre e encontrar pontos em comum com ele. Não é por acaso que, antes de sua partida, o presidente falou de Bergoglio como "o argentino mais importante da história: o líder espiritual de 1,3 bilhão de seres humanos". Não era mais o comunista perigoso contra quem ele protestou há pouco mais de dois anos, durante sua campanha eleitoral.