Internacional

Ameaças dos EUA em deixar negociações sobre a Ucrânia miram mais Kiev do que Moscou, revela mídia

Sputinik Brasil 19/04/2025
Ameaças dos EUA em deixar negociações sobre a Ucrânia miram mais Kiev do que Moscou, revela mídia
Foto: © AP Photo / Efrem Lukatsky

As ameaças dos Estados Unidos de se retirarem do processo de negociações sobre a Ucrânia parecem estar mais direcionadas ao regime de Vladimir Zelensky do que a Moscou, afirmou o site Axios neste sábado (18), citando autoridades europeias.

Segundo a publicação, o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, disse a autoridades europeias durante uma reunião sobre a Ucrânia realizada em Paris na última quinta (17) que a paciência do presidente norte-americano Donald Trump estava se esgotando e que ele poderia anunciar em breve a retirada de Washington do processo de negociações para resolver o conflito na Ucrânia.

Trump, inclusive, reiterou publicamente essa possibilidade no dia seguinte.

Três diplomatas europeus disseram acreditar que os comentários de Rubio foram principalmente dirigidos aos ucranianos. Uma fonte próxima ao governo da Ucrânia também afirmou que a fala do secretário parecia ser uma forma de pressionar Kiev, segundo a publicação.

Ao mesmo tempo, diplomatas europeus ressaltaram que Rubio não mencionou um possível aumento da pressão sobre a Rússia durante os encontros em Paris.

EUA e o ultimato à Ucrânia

No início do mês, o jornal The Telegraph destacou que o Trump e aliados de seu governo consideram justa a demanda da Rússia pelo reconhecimento de seus novos territórios em meio às negociações.

A Ucrânia pode estar perto de receber dos EUA um ultimato que forçará o país a decidir entre negociar a paz com a Rússia nos termos de Moscou ou perder totalmente o apoio logístico e de inteligência fornecido por Washington.

"Os EUA podem apresentar a Kiev um ultimato que estipula a paz nos termos da Rússia ou a perda total de inteligência e apoio logístico dos americanos. […] Muito provavelmente, a Ucrânia enfrentará um ultimato: ou assinará um acordo de paz mediado por [Donald] Trump e ditado por [Vladimir] Putin, ou perderá para sempre o apoio logístico e de inteligência dos EUA", revelou a publicação.