Política
Heloisa Helena derrota Marina Silva de forma acachapante em eleição pelo comando da Rede Sustentabilidade
Paulo Lamac é eleito novo presidente nacional do partido com 74% dos votos; congresso marca reaproximação com as bases e abalo na liderança histórica da ministra do Meio Ambiente

Em um dos momentos mais simbólicos da política partidária recente, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, perdeu neste domingo (13) o comando do partido Rede Sustentabilidade, legenda que ajudou a fundar. Durante o VI Congresso Nacional da sigla, realizado em Brasília, a chapa “Rede pela Base” venceu com 221 votos, o equivalente a 74% dos delegados presentes. A corrente derrotada, Rede Vive, apoiada por Marina, obteve apenas 79 votos (26%).
O novo presidente nacional da Rede é o engenheiro Paulo Lamac, ex-vice-prefeito de Belo Horizonte (MG), que contou com o apoio decisivo da ex-senadora Heloísa Helena. A vitória de Lamac foi interpretada como uma inflexão na direção política da legenda, marcando uma tentativa de reaproximação com militantes de base e movimentos sociais.
“É hora de reencontrar o povo e reoxigenar nossas bandeiras”, afirmou Lamac em seu discurso de posse, diante de uma plateia visivelmente animada com a virada.
Base vence, cúpula se retrai
A derrota de Marina Silva expõe um desgaste interno acumulado nos últimos anos. Apesar de seu prestígio internacional como símbolo da luta ambiental, Marina enfrentava críticas dentro da própria sigla por distanciamento das pautas populares, pela gestão centralizada da legenda e pela atuação no governo Lula — considerada excessivamente moderada por parte da militância.
Analistas políticos enxergam o resultado como uma rejeição direta à condução política de Marina, que agora permanece filiada à Rede, mas sem influência sobre a direção nacional.
Heloísa Helena de volta à linha de frente
A presença de Heloísa Helena no congresso teve impacto decisivo. A ex-senadora e ex-vereadora por Maceió, que há anos estava afastada da linha de frente partidária, empolgou os delegados com sua defesa de uma Rede mais combativa e conectada às periferias. Sua atuação foi vista como um retorno simbólico às raízes fundadoras da legenda, nascida do campo ético, ambientalista e popular da política brasileira.
“A vitória é das bases, dos que acreditam em partido como instrumento de luta e não de vaidade pessoal”, declarou Heloísa, durante o evento.
Paraná segue a onda e projeta candidaturas para 2026
No Paraná, a vitória da chapa “Rede pela Base” teve grande repercussão. Delegados como Aldair Rizzi, Agemir Dias, Jorge Bernardi e Liliam Nadalini apoiaram a nova direção nacional. A única dissidência foi da advogada Sigrid Andersen, que se manteve ao lado de Marina.

O novo presidente estadual da Rede no Paraná, Aldair Rizzi, ex-vice-reitor da UFPR, anunciou que a sigla apresentará candidaturas a todos os cargos em 2026 — do governo do Estado ao legislativo.
“Um partido só cresce disputando eleições. Estamos recomeçando pelas periferias, pela formação política e pela pluralidade real”, destacou Rizzi.
A executiva estadual conta com nomes como Jorge Bernardi, Amilton de Paula, Valter Viana, e o líder indígena Cacique Cretã, reforçando o perfil diverso e popular da nova fase da legenda.
Renovação ou esvaziamento?
O resultado do congresso levanta um novo questionamento: a vitória da ala “Rede pela Base” representa uma refundação e fortalecimento da legenda, ou apenas um último suspiro de um partido que nunca deslanchou nas urnas?
Enquanto Marina Silva vê sua liderança partidária ruir, Paulo Lamac e Heloísa Helena assumem o desafio de reinventar a Rede, mirando 2026 com uma promessa: levar o partido de volta às ruas, às lutas e às bases.
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