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Como melhorar sua redação científica? O que todo pesquisador precisa saber

12/04/2025
Como melhorar sua redação científica? O que todo pesquisador precisa saber

A produção de textos acadêmicos é uma etapa essencial da pesquisa científica e da formação acadêmica. No entanto, para muitos estudantes e pesquisadores, essa atividade representa um grande desafio. A escrita científica exige clareza, organização e rigor técnico, elementos que podem ser difíceis de dominar sem prática e orientação. Na Uesb, iniciativas como a Escola de Pesquisadores têm buscado auxiliar estudantes e professores nesse percurso, oferecendo suporte para a produção e divulgação científica.

Para Jhones Rodrigues, mestrando em Educação em Ciências pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Formação de Professores (PPGECFP), da Uesb, um dos principais desafios enfrentados pelos pesquisadores é iniciar a escrita. “Tenho percebido que um dos maiores desafios é dar o primeiro passo. Muitos estudantes e pesquisadores sentem insegurança, seja por acharem que não dominam a linguagem acadêmica, seja por medo da crítica. Além disso, a dificuldade em estruturar o texto, organizar ideias e adequar-se às normas técnicas pode tornar o processo cansativo. A falta de hábito de leitura científica também pesa bastante, pois quem lê pouco nesse formato tem mais dificuldade para escrever dentro das exigências da ciência”, explica.

A clareza e a objetividade são aspectos fundamentais na redação científica. É essencial compreender que a escrita acadêmica não significa complicar o texto. “Muitas vezes, acreditamos que um artigo cheio de termos rebuscados é mais sofisticado, quando, na verdade, um bom texto científico deve ser claro, direto e bem estruturado. Evitar frases longas e ambíguas, manter um raciocínio lógico e revisar constantemente são cuidados essenciais”, destaca Jhones.

Foto: Freepik


Além disso, a escrita deve considerar o público-alvo, o que pode exigir adaptações na linguagem. O pesquisador ressalta que, embora a estrutura e a linguagem técnica devam ser mantidas, é importante levar em conta o leitor. Em um artigo científico voltado para especialistas, por exemplo, é possível aprofundar conceitos e utilizar terminologias mais específicas. Já em textos de divulgação científica ou materiais didáticos, a linguagem precisa ser adaptada para tornar o conteúdo acessível ao público não especializado. O ideal é sempre equilibrar rigor acadêmico e compreensão.

Erros Comuns – Mesmo com esses cuidados, alguns erros são recorrentes entre pesquisadores. A falta de objetividade, o excesso de citações indiretas sem contribuição autoral e a estrutura confusa do texto estão entre os equívocos mais comuns. Além disso, muitos acabam se esquecendo de contextualizar o problema de pesquisa, o que pode dificultar a compreensão da relevância do estudo pelo leitor.

A aplicação das normas acadêmicas, como as da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), também é um desafio para muitos estudantes. “As normas são fundamentais para padronizar a comunicação científica, permitindo que os leitores encontrem rapidamente as informações necessárias. No entanto, para quem está começando, elas podem parecer um grande obstáculo. A dica é encarar essas regras como facilitadoras, não como uma barreira. Com a prática e o uso de ferramentas como gerenciadores de referências, a aplicação das normas se torna bem mais tranquila”, explica Jhones.

Parte da equipe da Escola de Pesquisadores da Uesb (Foto: Acervo Pessoal)


Aprimorando a Escrita Acadêmica – Para auxiliar os estudantes nesse processo, a Uesb, por meio da Escola de Pesquisadores, promove cursos, webinários e outras atividades voltadas ao desenvolvimento da escrita acadêmica. A iniciativa busca tornar a redação científica mais acessível e incentivar a publicação de pesquisas. Além disso, o canal da Escola de Pesquisadores no YouTube oferece diversas lives com orientações práticas sobre o tema.

O incentivo à escrita científica também tem sido expandido para a Educação Básica por meio do projeto “A Escola que Pesquisa”, realizado em parceria com o Centro Territorial de Educação Profissional do Médio Rio de Contas (CETEP-MRC). O objetivo é integrar a pesquisa científica ao cotidiano escolar, aproximando a universidade das escolas e incentivando práticas investigativas desde cedo.

Com apoio adequado e dedicação, a escrita científica pode se tornar uma ferramenta poderosa para compartilhar descobertas e contribuir para o avanço do conhecimento.

Confira outras pesquisas no site do “Ciência na Uesb”