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Especialista defende vacinas e alerta para perigo da desinformação

11/04/2025
Especialista defende vacinas e alerta para perigo da desinformação

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As campanhas de imunização no país têm sido acompanhadas de uma enxurrada de desinformação, principalmente nas redes sociais, com as chamadas fake news. 

Na última segunda-feira (7), os estados das regiões Nordeste, Sudeste, Sul e Centro Oeste começaram a vacinação contra a gripe. No segundo semestre, é a vez da Região Norte. A Campanha Nacional de Vacinação contra a influenza foi definida pelo Ministério da Saúde de acordo com o período de maior circulação do vírus nas regiões.  

As notícias falsas podem ter um impacto importante na tentativa de alcançar a meta de imunizar 90% dos chamados grupos prioritários.

A presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, Mônica Levi, alerta que a população precisa buscar fontes seguras de informações e não acreditar em tudo que lê ou ouve. A médica afirma que a desinformação pode matar:

“Informação falsa é mais letal, às vezes, do que a própria doença. Quando há uma adesão em massa, há uma não vacinação por conta de uma fake news ou uma desinformação (...). A gente pode ter até um número de óbitos que excede até o da própria doença. Essa é uma das grandes ameaças à saúde humana, um dos grandes desafios da ciência. Porque a pessoa pode realmente estar se tornando vulnerável a consequências físicas muito graves por não se vacinar ou não vacinar os seus dependentes”.

A especialista reforça que a vacina da gripe é segura:

“Tanto que os grupos prioritários são os mais imunocomprometidos. Uma pessoa que faz um transplante de medula óssea, hoje, a primeira vacina que ele toma, tão cedo quanto três meses pós-transplante, é influenza, porque é uma vacina inativada. O vírus é morto, fracionado, e você só usa uma fração dele. Então, ela pode ser feita em qualquer pessoa, seja imunocompetente, seja imunocomprometida, seja com comorbidade, vai ser extremamente segura”.

Mônica Levi explica ainda sobre a informação que costuma circular de que a vacina poderia fazer com que a pessoa desenvolva um quadro de gripe. Ela lembra que a imunização tem efeito somente depois de duas semanas:

“Esta época do ano circulam rinovírus, metapneumovírus, o vírus sincicial respiratório, vírus de influenza, e as pessoas chamam de gripe qualquer quadro respiratório. Mesmo que a pessoa tenha febre, dor de garganta e tosse, ainda assim, você não pode afirmar que é gripe. Pode ser covid, pode ser o vírus sincicial respiratório, pode ser algum dos outros vírus. Só testando para você falar que é gripe, que houve uma falha da vacina. São duas semanas, no mínimo, para você ter proteção quando você se vacina. Nesse período, você tá vulnerável, inclusive à gripe, como quem não vacinou”.
 
Outra ideia falsa esclarecida pela presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações é a de que a gripe é uma doença sem gravidade:

“É uma doença potencialmente grave. Nem todos os casos vão ser muito graves. Tem gente que vai passar sua gripe normal, de mais ou menos uma semana, sem consequências. Tem outras pessoas que vão desenvolver pneumonia, que vão desenvolver uma descompensação da doença de base, como, por exemplo, diabetes, cardiopatia ou doença pulmonar obstrutiva crônica. Por isso que é uma vacina que é muito importante na faixa etária dos idosos. Fora isso, depois as comorbidades e crianças pequenas”.

Os grupos prioritários para vacinação contra a gripe incluem crianças de 6 meses a menores de 6 anos, idosos e gestantes. Também podem receber a dose trabalhadores de saúde, educação, segurança e transportes, mulheres com até 45 dias do parto, povos indígenas, pessoas em situação de rua, presos, pessoas com deficiência e com doenças crônicas não transmissíveis.

*Com informações de Tâmara Freire, da Agência Brasil

 

 

 


 

Brasília (DF) 02/04/2024 - Mônica Levi é eleita presidente da SBIm para o biênio 2023-2024
Foto: Sarah Daltri/SBIm/Divulgação
© Sarah Daltri/SBIm/Divulgação

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