Cidades
Crise da água em Palmeira dos Índios: vice-prefeita sugere ação judicial contra Águas do Sertão e maratonista Luciano Rey rebate com crítica contundente
Declarações nas redes sociais inflamam debate sobre responsabilidade do poder público diante do colapso no abastecimento de água na cidade

PALMEIRA DOS ÍNDIOS – O colapso no abastecimento de água em Palmeira dos Índios segue gerando indignação e agora acirra também os ânimos nas redes sociais. A vice-prefeita Sheila Duarte causou repercussão ao publicar um vídeo orientando a população a procurar advogados e acionar judicialmente a empresa Águas do Sertão, responsável pela distribuição hídrica na cidade. Em resposta, o conhecido maratonista e ativista Luciano Rey rebateu com dureza, afirmando que a vice-prefeita e os políticos aliados deveriam assumir a responsabilidade pelo caos instalado.
Em seu vídeo, Sheila Duarte afirmou que já ocorreram audiências públicas e acionamentos ao Ministério Público, mas que, diante da inércia da empresa e da persistência do problema, o caminho agora seria a judicialização em massa por parte da população.
“As informações são gerais: chegam os talões, mas não chega a água. Então, o que fazer? Arrume um advogado e coloque na Justiça. É direito do consumidor. Tem que ser em massa”, declarou Sheila, que concluiu: “Eu mesma vou colocar”.
A resposta de Luciano Rey
Pouco tempo depois, Luciano Rey gravou sua resposta em tom indignado. Para ele, é um desrespeito sugerir que o povo, já penalizado com a falta d’água, arque com advogados, enquanto os responsáveis políticos pela concessão se isentam da crise.
“O povo de Palmeira dos Índios não tem que procurar advogado, não, porque não pode pagar. Quem tem que procurar é você, vice-prefeita, junto com o prefeito, o ex-prefeito, os deputados de vocês. Foram vocês que colocaram essa empresa aqui, agora resolvam!”, disparou Rey.
Em seu vídeo, ele ainda cobrou providências do presidente Lula, do senador Renan Calheiros e de Renan Filho, citando os laços políticos entre a gestão municipal e os caciques estaduais e federais do MDB.
Debate esquenta
A troca pública de mensagens evidenciou o clima de crescente tensão na cidade em torno do tema da água. Desde a venda da concessão ao grupo Águas do Sertão, ocorrida durante a gestão do ex-prefeito Júlio Cezar, a população amarga reiteradas falhas no fornecimento, cobrança indevida e falta de transparência no uso dos mais de R$ 100 milhões oriundos da transação.
Enquanto a Prefeitura se limita a cobrar da empresa em notas e manifestações genéricas, a população já se mobiliza nas redes, rádios e grupos comunitários, exigindo soluções reais e não “empurrões de responsabilidade”.
A crise da água virou tema central no debate político municipal e promete ser combustível de campanha nas eleições de 2026. Até lá, a seca nas torneiras segue como símbolo de um drama real, agravado por uma gestão que, segundo moradores, continua a tratar o povo como culpado — quando na verdade, ele é a principal vítima.
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