Em visita a base militar, vice-presidente dos EUA diz que "Washington teme pela segurança" da Groenlândia e tem planos para expandir sua presença na ilha.

O vice-presidente dos EUA, JD Vance, afirmou nesta sexta-feira (28) que a Groenlândia ficaria melhor sob a proteção dos EUA e acusou a Dinamarca de investir pouco na ilha. A declaração foi dada durante uma visita a uma base militar dos EUA na Groenlândia.

"A Dinamarca não acompanhou e não alocou os gastos militares necessários para manter esta base, para manter nossas tropas e, na minha opinião, para proteger o povo da Groenlândia de uma série de incursões muito agressivas", disse Vance.

Com cerca de 56 mil habitantes, a ilha foi uma colônia da Dinamarca, um dos países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), até 1953. Ela continua sendo parte do reino da Dinamarca, mas em 1979 se tornou uma região autônoma.

Em seu discurso na base militar, Vance acrescentou que o governo dinamarquês não tomou as medidas necessárias para garantir a segurança da Groenlândia nos últimos 20 anos, e afirmou que os EUA não têm planos de expandir sua presença militar na Groenlândia, mas têm planos de investir em quebra-gelos e navios de guerra na ilha.

"Há objetivos comuns que queremos alcançar, o que certamente exigirá investirmos mais recursos em instalações militares adicionais. São quebra-gelos, navios militares que terão uma presença maior na Groenlândia", disse o vice-presidente dos EUA.

Vance afirmou que Washington teme pela segurança da Groenlândia e "tem evidências de interesse russo e chinês na ilha", sem, no entanto, detalhar as supostas evidências.

"Sabemos que a China está interessada nesta ilha, colocou pressão econômica na Groenlândia, conduz exercícios militares, se autodenomina um país ártico. Vemos evidências de que a China e a Rússia estão interessadas na Groenlândia", acrescentou.

Na quinta-feira (27), o presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a disputa geopolítica no Ártico está se intensificando, e disse que a Rússia está preocupada com o fato de que países da OTAN "estão cada vez mais designando o Extremo Norte como trampolim para possíveis conflitos".

"É óbvio que o papel e a importância do Ártico, tanto para a Rússia quanto para o mundo inteiro, estão crescendo. Mas, infelizmente, a competição geopolítica, a luta por posições nessa região, também está se intensificando", disse Putin.

O presidente russo afirmou que a Rússia nunca ameaçou ninguém no Ártico, embora esteja preparada para defender seus interesses, e sugeriu uma cooperação com países amigos e com países ocidentais no Ártico, "se eles demonstrarem interesse".