Brasil
Brasil segura há quase dois meses aval para Israel nomear novo embaixador no país

Demora na análise do pedido do governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu pode acentuar ainda mais a crise diplomática entre Brasil e Israel. No ano passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a ser declarado persona non grata por Tel Aviv após declarações sobre a guerra em Gaza.
Desde janeiro, o Brasil segura o aval que é necessário para que Israel apresente um novo embaixador em Brasília, conforme publicação desta quarta-feira (19) do jornal Folha de S.Paulo. O país solicitou ao Ministério das Relações Exteriores o agrément (aprovação formal que um país concede antes de aceitar um diplomata estrangeiro como embaixador em seu território) ao ex-representante de Israel na Colômbia, Gali Dagan, para chefiar o corpo diplomático no Brasil.
Porém, segundo o jornal, até o momento não houve nenhuma manifestação do governo brasileiro, o que na prática significa que há alguma oposição com a nomeação. Em junho do ano passado, Dagan deixou Bogotá, na Colômbia, após o governo do presidente Gustavo Petro romper relações diplomáticas com Israel por conta do conflito na Faixa de Gaza.
"Se o aval não for mesmo dado, o governo Lula estará, na prática, rebaixando seu relacionamento com Israel, que passará a ser representado no Brasil apenas por um encarregado de negócios (de nível hierárquico inferior)", pontuou a publicação.
Já o Itamaraty se limitou a dizer que há processos "rotineiros e sigilosos" até a aprovação do agrément.
Israel é um aliado do Brasil?
Países que estabeleceram relações diplomáticas ainda em 1949, um ano após a oficialização do Estado judeu, Israel e Brasil vivem uma crise diplomática desde o ano passado por conta de declarações contrárias encabeçadas pelo presidente Lula, que acusou o país de praticar genocídio na Faixa de Gaza.
A situação se acirrou após Lula ser declarado persona non grata, apesar do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, ter garantido em outubro do ano passado que as relações não seriam rompidas.
Em mais uma crítica nesta semana, o Itamaraty chegou a acusar o governo Netanyahu de não cumprir o cessar-fogo na Faixa de Gaza com o grupo palestino Hamas e tentar ocupar terras palestinas com assentamentos de colonos israelenses.
Após uma reunião, a pasta também expressou preocupação com a situação na Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, "em vista da contínua expansão de assentamentos israelenses ilegais, ataques de colonos israelenses contra civis palestinos, ameaças de anexação e intensificação de operações militares israelenses em cidades e campos de refugiados palestinos, que levaram ao deslocamento forçado de dezenas de milhares de palestinos".
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