Cidades
José Alves deixa coordenação do Bolsa Família e vereador Maxuel Feitosa assumirá o comando do programa em meio a disputas políticas e fragilidade do PT na Assistência Social

A saída de José Alves da Silva da coordenação do Programa Bolsa Família de Palmeira dos Índios, confirmada com sua nomeação hoje (17) como Assessor Técnico de Livre Lotação I na Secretaria Municipal de Gestão Pública e Patrimônio, escancara não apenas a crise política no governo Luísa Duarte, mas também o controle absoluto do programa social pelo vereador Maxuel Feitosa, que volta a dar as cartas na gestão do benefício federal.
José Alves, desde que assumiu a coordenação, foi alvo de duríssimas críticas, acusado de executar, a mando da prefeita Luísa Duarte e do secretário de Governo Julio Cezar, um recadastramento polêmico e seletivo de usuários do Bolsa Família. Sob a sua gestão, surgiram diversas denúncias de que o programa, essencial para milhares de famílias carentes, estava sendo utilizado como instrumento de perseguição política e favorecimento de aliados, com relatos de famílias coagidas e ameaçadas de perder o benefício caso não se adequassem aos interesses do governo municipal.
Agora, com a sua saída formalizada no Diário Oficial do Município, o vereador Maxuel Feitosa reassumirá o controle político da coordenação do programa e articula a indicação de um novo nome para chefiar o Bolsa Família, deixando claro que os nomes anteriores, inclusive José Alves, estão fora do jogo.
O episódio também revela, de forma escancarada, a fragilidade do PT na Secretaria de Assistência Social, pasta hoje chefiada formalmente por Val Calixto, mas que não tem qualquer poder de mando. A sigla, que em tese deveria gerir com independência uma área tão sensível, vem sendo humilhada politicamente, reduzida a mero figurante nas decisões cruciais. A escolha do novo coordenador do Bolsa Família, ao invés de ser um ato do secretário, será, mais uma vez, decidida pelo vereador Maxuel Feitosa e o núcleo duro de Luísa Duarte, reforçando que o comando da Assistência Social está nas mãos do G-12 e do gabinete da prefeita, e não do partido que detém a pasta no papel.
A troca de comando no Bolsa Família ocorre logo após a série de exonerações de secretários, cobradas pelo G-12, como parte da negociata política para manter a prefeita livre de uma possível investigação na Câmara de Vereadores. As pastas e programas sociais, que deveriam atender a população com justiça e dignidade, viraram moeda de troca de um governo frágil e refém de sua base parlamentar, enfraquecendo ainda mais a gestão municipal e colocando em risco a seriedade do atendimento às famílias carentes.
Diante desse cenário, a população, especialmente os beneficiários do Bolsa Família, segue refém dos jogos de poder, sem qualquer garantia de uma gestão responsável e transparente do programa. A volta de Maxuel ao comando político da Assistência Social representará a continuidade do uso político do Bolsa Família, uma prática que, infelizmente, coloca interesses pessoais e eleitorais acima das necessidades básicas do povo.
Enquanto isso, Val Calixto segue como um secretário sem poder, e o PT local, apesar de ocupar uma cadeira na gestão, se contenta com o papel decorativo de "rainha da Inglaterra", sem voz ativa nem autonomia sobre o que deveria ser uma das áreas mais importantes da administração pública municipal.
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