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IPCA indica aumento de 15% no preço do ovo, mas queda pode ser esperada para a Quaresma

Sputinik Brasil 12/03/2025
IPCA indica aumento de 15% no preço do ovo, mas queda pode ser esperada para a Quaresma
Foto: © AP Photo / Terry Chea

A alta de preços do ovo, um item básico na cesta brasileira de alimentos, deve normalizar até a Páscoa segundo a associação de produtores, mas, segundo especialistas, pode ser que o preço da carne seja o fator determinante para a mudança.

O preço do ovo aumentou 15% em fevereiro em relação a janeiro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No acumulado do ano, os preços subiram 16,4%, e em 12 meses, a alta foi de 10,4%.

Especialistas ouvidos pela apuração do G1 atribuem o aumento ao custo do milho, ao calor intenso e a demanda aquecida na Quaresma, período em que os católicos diminuem o consumo de carne vermelha. Produtores esperam que o preço se normalize até o fim da Quaresma, mas economistas alertam que a demanda pode continuar alta após esse período.

Para a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é comum que o preço do ovo aumente antes e durante a Quaresma devido à substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e ovos, mas o preço parece ter atingido o mercado antes do esperado, o que pode sinalizar uma substituição de proteína em função dos preços da carne.

Segundo a apuração, a alta do preço em fevereiro causou uma pequena retração nas vendas de ovos no atacado, especialmente no Espírito Santo, onde houve pressão por descontos. Contudo, a demanda deve crescer novamente por causa da Quaresma, evitando uma redução significativa nos valores.

Tabatha Lacerda, do Instituto Ovos Brasil (IOB), apontou à mídia que o avanço do custo de produção, especialmente do milho, que aumentou 30% desde julho de 2024, é um dos principais motivos para a alta recente.

Os produtores esperam que o preço do ovo se normalize após a Quaresma, mas é possível que a forte demanda por ovos continue devido à inflação que atinge os preços das carnes bovinas, de frango e suínas.