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Insistência de Bolsonaro em se manter na disputa em 2026 incomoda direita e centrão, diz mídia

Sputinik Brasil 22/02/2025
Insistência de Bolsonaro em se manter na disputa em 2026 incomoda direita e centrão, diz mídia
Foto: © Foto / Valter Campanato / Agência Brasil

Lideranças partidárias consideram Jair Bolsonaro inviável para disputar o pleito presidencial e buscam uma alternativa ao ex-presidente, que acusa de traição aqueles que defendem a proposta.

A insistência de Jair Bolsonaro em ser o nome da direita na disputa das eleições de 2026, apesar de estar inelegível, vem desagradando lideranças da vertente política e do centrão, que consideram mais viável a busca por uma alternativa.

Segundo interlocutores ouvidos pela Folha de S.Paulo, paira entre as lideranças o temor de que a demora de Bolsonaro em reconhecer a inviabilidade da candidatura possa resultar na derrota no pleito. O temor é agravado pela denúncia da Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro, que pode resultar na prisão do ex-presidente.

Alguns comparam o caso ao ocorrido nas eleições de 2018, quando o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva insistiu em manter sua candidatura, cedendo apenas após ser barrado de concorrer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na ocasião, Lula cedeu o lugar a Fernando Haddad, já muito próximo da data da votação, o que levou à derrota do PT no pleito.

Para os interlocutores, o ideal seria reunir o apoio em torno de um nome, e entre os cotados estão: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ratinho Jr (PSD-PR), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG).

Entretanto, Bolsonaro rechaça essa possibilidade e acusa de traição aliados que defendem a medida. Em seu entorno familiar, a ideia é não admitir outra candidatura e atacar nas redes sociais qualquer um que sugira outros nomes. Eles apostam na pressão das ruas e no apoio de aliados da direita internacional, sobretudo o presidente dos EUA, Donald Trump.

Bolsonaro também chegou a sugerir, em entrevista recente, a candidatura de sua esposa, Michelle Bolsonaro, como opção. Em troca, ele seria nomeado ministro da Casa Civil. Porém, nenhum aliado de seu entorno considerou a sugestão viável, descartando essa possibilidade.