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No caminho para damasco a porca torce o rabo

Uma das cenas mais impactantes da história da humanidade, com toda certeza, é a conversão de São Paulo; aquela cena onde Saulo se esborracha com as ventas no chão quanto um clarão o cega e uma voz - titânica, porém, mansa - pergunta-lhe porque ele, zeloso fariseu, estava perseguindo-O.
Essa cena que, confesso, sempre me comove quando medito sobre ela, é um poderosíssimo símbolo que, de modo cristalino, nos exibe uma possibilidade latente na vida de cada um de nós.
Podemos dizer que todos nós iremos, em algum momento, ter a nossa viagem rumo a Damasco, para realizar aquilo que acreditamos ser a grande missão da nossa vida e, bem no meio do caminho, como diria Drummond, iremos nos deparar com uma pedra que poderá mudar para sempre os rumos do nosso caminho.
Quando isso ocorrerá não temos como saber; e nem devemos especular. Mas uma coisa é certa: um dia teremos o nosso encontro com a verdade sobre nós mesmos e, quando isso ocorrer, cairemos rente ao chão como Saulo e, como ele, ficaremos desnorteados, devido ao impacto que ela irá causar em nossa alma.
Podemos até, por teimosia, não aceitar a sua luz em nossa vida, mas não teremos como dizer, para nós mesmos, que isso não aconteceu, porque quando a verdade desvela, diante de nossos olhos, a nossa nudez, não tem essa história de “mamãe a barriga me dói”, porque ela, sem dó, rasga ao meio todos os nossos fingimentos e dissimulações, destruindo todos os nossos amados autoenganos.
Se refletirmos com a devida serenidade, iremos constatar que, na real, no correr de nossa vida (que nada mais é que uma longa estrada para a nossa Damasco), sofremos inúmeras quedas, teremos boleiras de encontros com a verdade que quer que façamos uma mudança de rota.
Porém, não somos aquilatados como um Saulo e, obviamente, estamos anos luz de distância de um indivíduo transfigurado pela verdade como São Paulo; por isso, mesmo sendo derrubados pelas verdades mais acachapantes a nosso respeito, nós nos fazemos de sonso, fingimos que não é conosco, e seguimos em frente pelo mesmo riscado torto de sempre.
Enfim, para Saulo bastou uma queda para ele ouvir e viver a verdade. E quanto a nós, o quanto de verdade somos capazes de assimilar para, com sinceridade, nos emendar?
É, cara pálida, é bem neste ponto que a porca torce o rabo, e como torce.
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