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Açude do Goití: lama, entulho e a história do goleiro Quebrangulo, o heroi do CSE vencido pelas águas

A recente morte de João Barros da Silva, vítima de afogamento no Açude do Goití, reacendeu o alerta sobre a falta de segurança no local.
O açude já foi palco de mais de 40 mortes nos últimos 30 anos, entre elas a do goleiro Quebrangulo, um ídolo do futebol alagoano que, ironicamente, perdeu a vida nas mesmas águas onde já havia salvado outras pessoas de afogamento.
O goleiro que virou lenda
Quebrangulo, ex-goleiro do CSE, ganhou projeção nacional após sua atuação heroica contra o CSA, em 30 de outubro de 1983, no Estádio Rei Pelé, em Maceió.
Naquele jogo, suas defesas espetaculares renderam o título de "Goleiro do Fantástico", concedido pela TV Globo.
Além dos gramados, ele também se destacou pela coragem fora das quatro linhas, salvando algumas pessoas de afogamento no Açude do Goití.
Mas, por ironia do destino, o goleiro acabou vencido pelas mesmas águas, perdendo a vida de forma trágica.

Estádio Goleiro Quebrangulo, na cidade de Quebrangulo
Hoje, seu nome batiza o Estádio Goleiro Quebrangulo, na cidade onde nasceu, uma homenagem ao atleta que brilhou no futebol, mas sucumbiu à imprudência estrutural do açude.
Açude Perigoso: lama, entulho e descaso
A morte do goleiro Quebrangulo deveria ter servido de alerta para os riscos ocultos nas águas do Açude do Goití.
No entanto, mesmo após uma reforma milionária custeada com R$ 13,5 milhões, nenhuma medida eficaz foi implementada para reduzir os perigos do local.
Durante a obra, o açude foi esvaziado, mas lamaçal, entulho, troncos de árvores e lixo acumulado não foram removidos.
O local foi simplesmente reabastecido, mantendo obstáculos invisíveis e extremamente perigosos para quem entra na água.
O açude continua sendo um risco
Lama profunda e pegajosa, dificultando o deslocamento na água
Galhos e troncos submersos, que podem prender nadadores
Lixo acumulado, vindo de esgotos e chuvas
Ausência de cercamento e sinalização adequada
Falta de segurança e o silêncio da Prefeitura
Apesar do alto investimento na revitalização do açude, a Prefeitura de Palmeira dos Índios não implementou nenhuma medida de segurança eficaz.
Não há cercamento para impedir banhistas e evitar ataques de jacarés aos que caminham ou fazem exercícios ao redor do lago.
Não há fiscalização adequada, e o local segue sendo um perigo iminente para a população.
Moradores Questionam:
Por que a prefeitura não removeu a lama e os entulhos antes de reabastecer o açude?
Por que não há placas de sinalização e cercamento adequado para evitar afogamentos?
Quantas vidas mais precisarão ser perdidas para que medidas concretas sejam tomadas?
A tragédia de João Barros da Silva reacende um problema antigo.
Os moradores exigem respostas e ações imediatas. Até quando o Açude do Goití seguirá sem a atenção das autoridades?
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