Política
Reforma ministerial vai influenciar definição de comissões da Câmara
A definição dos partidos e dos deputados que comandarão as principais comissões da Câmara está travada pela possibilidade de mudanças de ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Um dos cenários da futura reforma ministerial contempla deputados de partidos aliados. Isso mudaria o equilíbrio de forças na Câmara e afetaria o comando de comissões como a de Justiça e a relatoria do Orçamento de 2026.
A Secretaria de Relações Institucionais (SRI), do ministro Alexandre Padilha (PT), pode entrar no pacote de substituições, previsto para depois do feriado de carnaval.
Para o lugar do petista, responsável pela articulação política com o Congresso, são cogitados os nomes dos deputados Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) e Isnaldo Bulhões (MDB-AL), líder do MDB na Câmara.
O MDB puxou a fila de apoios e foi decisivo na construção da ampla rede que deu ao deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) a vitória tranquila na disputa pela presidência da Câmara, no sábado.
Em troca do apoio, o partido firmou acordo para ter a relatoria da lei orçamentária do ano que vem, função de elevada importância, sobretudo por se tratar de ano de eleitoral.
Bulhões coordenou a campanha de Motta à presidência da Casa e é visto como uma peça que seria capaz de estreitar as relações do Palácio do Planalto com a Câmara. O ex-presidente da Casa Arthur Lira (PP-AL) chegou a romper com Padilha, a quem chamou publicamente de "incompetente".
REARRANJO
Caso o emedebista vire ministro, as forças partidárias precisariam ser rearranjadas na Câmara. Outra sigla assumiria o controle da peça orçamentária. Nesse caso, a preferência seria do União Brasil, com o MDB na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
A CCJ é uma das mais importantes. Por ela passam todos os principais projetos antes de irem ao plenário, e o presidente desse colegiado pode acelerar ou interromper previamente determinadas matérias.
O União Brasil tinha Elmar Nascimento (BA) como pré-candidato à presidência da Câmara, mas ele não se viabilizou na disputa. O político da Bahia virou o 2º vice-presidente da Casa, mas atua para influenciar a definição do relator do Orçamento.
Motta foi eleito presidente da Câmara com 444 votos. O paraibano contou com o apoio de 18 partidos, do PL ao PT.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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