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Afogamento no açude do Goiti expõe negligência da Prefeitura e falta de segurança pública

Redação 02/02/2025
Afogamento no açude do Goiti expõe negligência da Prefeitura e falta de segurança pública

A morte de João Barros da Silva, encontrado sem vida na manhã deste domingo (02) após se afogar no Açude do Goiti, em Palmeira dos Índios, levanta sérias questões sobre a irresponsabilidade da prefeitura e a ausência de medidas de segurança no local. O trágico incidente reacende um alerta sobre os perigos do açude, que já vitimou mais de 40 pessoas nos últimos 30 anos, sem que o poder público tomasse providências eficazes para evitar novas tragédias.

Falta de segurança e de posto da guarda municipal

Apesar de ser uma área de alto risco, o Açude do Goiti não conta com um posto fixo da Guarda Municipal para orientar a população e coibir a entrada de banhistas no local perigoso. Apenas rondas esporádicas são realizadas, o que não é suficiente para impedir novas fatalidades. A ausência de uma estrutura de segurança adequada permite que a população continue se arriscando sem qualquer tipo de fiscalização ou orientação oficial.

Além disso, não há cercas, nem qualquer tipo de barreira física que impeça o acesso ao açude, especialmente após a milionária reforma realizada pela prefeitura.

Obra de R$13,5 milhões e nenhuma medida de proteção


A revitalização do Açude do Goiti, que custou impressionantes R$ 13,5 milhões aos cofres públicos, foi cercada de polêmicas e denúncias de superfaturamento. No entanto, mesmo com um investimento tão alto, a obra não incluiu medidas básicas de segurança para evitar afogamentos, como grades de contenção, sinalização adequada e fiscalização permanente.

A falta de responsabilidade da gestão municipal contrasta com a realidade de outros municípios que possuem lagos e açudes públicos: em diversas cidades do Brasil, é comum a instalação de cercas de proteção, guarda-vidas em horários estratégicos e postos de segurança fixa para evitar tragédias. Em Palmeira dos Índios, no entanto, a prefeitura seguiu ignorando a necessidade de uma estrutura preventiva.

Mistério nas circunstâncias do afogamento

Além da negligência da gestão municipal, o caso de João Barros da Silva também gerou especulações entre moradores. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram o homem se debatendo na água rasa, caindo e levantando várias vezes, sem conseguir se equilibrar. O que chama atenção é que, mesmo com diversas testemunhas filmando o momento, ninguém se mobilizou para tentar resgatá-lo.

As causas do afogamento ainda não estão claras, mas algumas hipóteses foram levantadas:

🔹 Lama escondida no fundo do açude? – A obra de revitalização não realizou o assoreamento adequado, deixando camadas de lama acumuladas, que podem ter dificultado a mobilidade da vítima.

🔹 Ataque de jacarés? – Há relatos de que jacarés vivem na área, e moradores especulam se o animal pode ter atacado João ou dificultado sua tentativa de sair da água.

🔹 Embriaguez? – Testemunhas sugerem que João poderia estar sob efeito de álcool, o que teria comprometido seus movimentos e contribuído para a tragédia.

A Polícia Civil está investigando o caso, e o corpo foi encaminhado ao IML de Arapiraca para perícia.

Irresponsabilidade da prefeitura e risco de novas tragédias

O afogamento de João Barros não é um caso isolado. O açude do Goiti já fez mais de 40 vítimas fatais nas últimas quatro décadas, e a prefeitura segue sem tomar nenhuma medida concreta para impedir que novas vidas sejam perdidas.

Enquanto isso, a gestão municipal gastou milhões em obras supostamente "modernizadoras", mas que falham em atender às necessidades básicas de segurança da população. O episódio reforça a falta de compromisso da administração pública com a preservação da vida e expõe a omissão e o descaso com um problema que poderia ser evitado.

A pergunta que fica é: quantas vidas mais serão perdidas antes que a prefeitura finalmente tome providências?