Alagoas
No Janeiro Branco, psicólogas atuantes na Rede Estadual reforçam importância do cuidado com a saúde mental
Este mês que termina nesta sexta-feira (31), o Brasil reflete sobre a importância da saúde mental e emocional por meio do Janeiro Branco. Em 2025, a campanha traz o tema: "O que fazer pela saúde mental agora e sempre?", reforçando que esse cuidado deve ser uma responsabilidade compartilhada por todos, durante todo o ano. A Secretaria de Estado da Educação (Seduc-AL) está entre os órgãos comprometidos com a iniciativa por meio do programa Coração de Estudante, que oferece suporte psicossocial ao longo de todo o ano letivo para os estudantes da Rede Estadual de Ensino.
O programa é conduzido pelo Núcleo Estratégico de Acompanhamento Psico-Socioassistencial (Neapsa), composto por 80 profissionais especializados - 60 psicólogos e 20 assistentes sociais. Distribuídos pelas 13 Gerências Especiais de Educação (GEEs), eles realizam atividades semanais com os estudantes, atuando, inclusive, na identificação e prevenção de situações de violência.
O Coração de Estudante encerrou 2024 com impactos significativos na comunidade escolar alagoana. Por meio de rodas de conversa, palestras e atendimentos individuais, os profissionais envolvidos abordaram temas sensíveis, ofereceram escuta ativa e realizaram intervenções e encaminhamentos necessários.
Debatendo a saúde mental
A psicóloga Laudiane Sarmento está entre os 80 profissionais que compõem a Neapsa. Lotada na 7ª GEE, que abrange os municípios do Vale do Mundaú, ela atua em escolas das cidades de União dos Palmares, Murici e Branquinha. Para ela, o Janeiro Branco traz consigo reflexões importantes.
“A campanha serve como um lembrete para que a gente foque menos nos adoecimentos da vida e mais no que nos motiva. É imprescindível dar vez e voz aos sofrimentos para que possam ser validados e encontrar seu espaço na nossa vida, mas sem deixar que eles modifiquem ou distorçam nossas conquistas, alegrias e força vital”, explica.
A psicóloga também destaca a importância da perpetuação do debate sobre saúde mental nos diversos ambientes, especialmente no escolar. “Na escola, o cuidado com o mundo interno de cada sujeito que ali transita precisa de todo zelo possível. Estamos falando sobre uma mistura de culturas e hábitos familiares distintos”, observa.
Sinais de alerta
Já Marianne Lemos, psicóloga do programa Coração de Estudante que atua na 13ª GEE – que abrange a Alta Maceió -, ressalta a importância de identificar sinais de alerta que indicam a necessidade de atenção à saúde mental. “O Janeiro Branco é um convite para refletirmos sobre esses sinais e agirmos preventivamente”, pontua ela. Alterações como insônia, queda de energia, mudanças no apetite, perda de interesse por atividades antes prazerosas, dificuldade em manter a rotina, raciocínio lento e oscilações de humor podem ser indicativos de que algo precisa de cuidado. "Ao notar esses sintomas, o primeiro passo é buscar ajuda profissional e investigar as causas o quanto antes", orienta.
A psicóloga também reforça o papel fundamental de estar atento ao outro, promovendo um ambiente de acolhimento. “Muitas vezes, a diferença entre alguém buscar ajuda ou se fechar está em como nós, como indivíduos, nos mostramos disponíveis. É essencial que sejamos pessoas de confiança para quem está ao nosso redor. Pequenas mudanças de comportamento podem ser sinais claros de que algo está errado, e ignorá-los pode agravar a situação. Por isso, o ato de ouvir e acolher é tão valioso”, explica.
Resultados do programa e expectativas para 2025
Laudiane e Marianne avaliam positivamente o primeiro ano do Coração de Estudante e falam das expectativas para 2025. “Criar um ambiente escolar propício à escuta e à troca de experiências emocionais particulares e coletivas impactou, em poucos meses, a trajetória de um lugar que agora não só existe como produção de conhecimento didático, mas também como espaço de elaboração de potenciais vivências de curas”, frisa Laudiane.
Marianne vê o trabalho como transformador: “Ao criar um ambiente escolar acolhedor, os estudantes se sentem mais seguros e aprendem melhor. O programa também atua na redução da evasão escolar, porque, quando um aluno se sente bem na escola, ele tem mais motivação para permanecer e participar das aulas”, pontua. “Participar de uma iniciativa como o Coração de Estudante é uma realização imensa. Nossa meta é continuar cuidando da saúde mental das crianças e adolescentes e, com isso, contribuir para uma educação cada vez mais humanizada e transformadora em Alagoas", finaliza Marianne.
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