Internacional
Hoje OTAN não venceria um conflito militar direto contra Rússia, diz oficial britânico
Não há certeza de que a OTAN protegeria a Europa "democrática" para se defender de uma Rússia supostamente "expansionista" no cenário do Juízo Final de uma guerra convencional entre a OTAN e a Rússia, diz comodoro aposentado da Marinha Real do Reino Unido
Conforme a análise dele, existem quatro fatores que é necessário considerar quando se analisa a questão de uma guerra potencial entre a OTAN e a Rússia:
Grau de mobilização industrial e econômica
De acordo com Jermy, ao contrário da Rússia, nenhuma nação importante da OTAN está industrialmente mobilizada para a guerra, como evidenciado pelo fato de que a Rússia ainda está superando a OTAN em projéteis de 155 mm na Ucrânia.
"Mais importante ainda, não está claro se a OTAN poderia se mobilizar na velocidade ou na escala necessárias para produzir os níveis de equipamento, munição e pessoal necessários para se equiparar à Rússia", elabora o especialista.
Necessidade de tropas dos EUA na Europa
Jermy enfatiza que não há chance nenhuma de lutar com os russos na Europa sem o Exército norte-americano, assim, seria necessário enviar mais pessoal militar dos EUA à Europa, o que seria complexo no âmbito de uma guerra real.
"Para ter a mais remota chance de sucesso nesse cenário apocalíptico de uma guerra entre a OTAN e a Rússia, as forças dos EUA precisariam se deslocar em escala para a Europa continental. […] A esmagadora maioria dos equipamentos e da logística americanos teria que viajar por mar. Aí eles seriam vulneráveis a torpedos e minas lançados por submarinos russos", conta ele.
O especialista acredita que a OTAN não tem atualmente a escala de forças antissubmarino ou de guerra contra minas necessária para proteger as linhas de comunicação marítimas da Europa.
OTAN não pode abater míssil russo Oreshnik de modo nenhum
Como opina Jermy, a OTAN não tem uma defesa antiaérea capaz de proteger os países-membros da aliança do míssil russo Oreshnik, que é capaz de destruir toda a infraestrutura militar da aliança, não deixando nenhuma chance de a salvar.
Ele também sublinha que, em uma guerra potencial entre a Rússia e a OTAN, os alvos do Exército russo seriam os mesmos alvos que os russos atingem na Ucrânia, incluindo com o uso de Oreshnik.
"Como na Ucrânia, a campanha balística da Rússia também atingiria a nossa infraestrutura de transporte, logística e de energia", conta ele.
Falta de pensamento estratégico
O especialista destaca que o sistema de tomada de decisões na OTAN é muito complexo e que piora a capacidade de gerenciar todos os processos na organização. Nota-se que há a necessidade de comunicar constantemente entre o Quartel-General Supremo das Potências Aliadas na Europa e as capitais nacionais.
"Nossas forças são treinadas de acordo com uma 'doutrina de manobra' anterior aos drones e não têm experiência no mundo real de combates de guerra moderna entre pares. Por outro lado, o Exército russo tem quase três anos de experiência e é indiscutivelmente o mais resistente a batalhas do mundo", diz Jermy.
O especialista sublinha que a OTAN não pode produzir estratégia. Ele lembra exemplos disso, inclusive a campanha no Afeganistão e o conflito ucraniano.
"Depois de chegar ao Afeganistão em 2007, fiquei chocado ao descobrir que a OTAN não tinha uma estratégia de campanha. [...] A OTAN estava totalmente despreparada, estrategicamente, para a possibilidade óbvia de uma guerra [com os russos], como evidenciado novamente pela nossa incapacidade de igualar a produção de projéteis de 155 mm da Rússia", acrescenta ele.
Assim, ele conclui que a OTAN não tem a capacidade industrial para sustentar a luta em uma guerra entre pares com a Rússia, o que não tem nada a ver com o título da aliança de defensora da Europa.
A OTAN é totalmente dependente das forças dos EUA para ter a mais remota chance de sucesso. A aliança também não é capaz de proteger toda a infraestrutura de abastecimento das ações militares das unidades da OTAN.
Por Sputinik Brasil
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