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O fim do INSS

Paulo César Régis de Souza 28/01/2025
O fim do INSS
Paulo César Régis de Souza - Foto: Reprodução

O INSS está ferido de morte!

No aniversário da Previdência Social, o que vemos no INSS hoje é uma administração desastrosa e cruel com servidores e segurados.

Começamos com segurados que é a razão da existência do INSS: 1. Fila para concessão de benefício de milhões; a fila é virtual para ninguém ver e comentar; 2. Esses milhões de segurados hoje estão sem salários, pois a maioria já cansou e solicitou desligamento; 3. As agências da Previdência, todas em condições precárias, sucateadas; 4. Os equipamentos obsoletos, falta de material como papel, produtos de limpeza; 5. Funcionários a maioria em home office, com número de contratação de terceirizados imenso, no entanto, esses últimos não podem conceder benefícios por ser pagamento e isso é atribuição do servidor previdenciário, que é concursado e que coloca sua senha para autorizar o pagamento e responde pela concessão do mesmo sempre.

Não é só uma teoria do caos. Não, é o caos mesmo.

Na administração catastrófica do INSS, além da maldade para com os segurados, também se voltaram agora com muito mais atitude contra os próprios servidores:

1. Servidores agredidos, maltratados, humilhados durante a greve, desrespeitando os sindicalistas que apoiavam os grevistas que estavam há mais de 6 anos sem aumento, o que não ocorreu aos dirigentes de outras categorias que tiveram seus aumentos rigorosamente assegurados. Enganaram alguns sindicalistas que assinaram o acordo com a promessa da inclusão na Carreira Típica de Estado, dos previdenciários.
2. Agora o governo lançou o PGD, Programa de Gestão e Desempenho, para disciplinar a forma de trabalho e remuneração dos servidores do Executivo, onde cada ministério apresentou o seu planejamento.

Nossos “Gênios” dirigentes do INSS também apresentaram o nosso programa, advinha se não é o mais humilhante de todos os apresentados? Inclusive com ameaças a servidores que não atingirem as metas, num total desrespeito ao ser humano que está trabalhando em casa com seu equipamento, água, luz, internet, sem a convivência necessária com colegas até para que juntos possam dirimir dúvidas. Não entendo qual a finalidade dessa punição e o que pretendem, até porque falam tanto em inclusão, mas, na prática essa não nos é visível. Afinal, não basta apenas falar em inclusão e respeito ao trabalhador, é necessário que isso seja refletido nas condições oferecidas.

Na administração moderna a produtividade deve ser pautada pelo regime de recompensa e não de punição, criando-se no ambiente onde a busca por resultados excepcionais se torne uma prática comum.

Detalhe, não sou contra trabalho em casa, mas advogamos o trabalho na forma híbrida, ou estaremos decretando a morte, o fim da previdência.

Observem o trabalho que estão fazendo na surdina: aquisição de sistema de IA, sem comprovação ainda da utilização para o INSS, adquirido por R$ 65 milhões de reais através da Dataprev.

Agora, alguns benefícios estão sendo terceirizados pelos nossos PHD’S para os cartórios e provavelmente para os correios, aliás já tivemos no passado e foi um desastre, propostas essas que estão sendo contestadas até pela OAB-Ordem dos Advogados do Brasil, especialmente quanto aos pagamentos da licença maternidade e pensão por morte.

Nossa tecnologia obsoleta, nossas agências sucateadas, sem concurso, já que parte dos admitidos no último concurso já pediram exoneração, terceirizados em maioria, robotização da concessão para enganar o segurado.

A criação de novas lideranças e dirigentes para exercerem chefias que já se aposentaram é impossível essa formação em home, o desenvolvimento dessas habilidades se dá no dia a dia e nos balcões da previdência social, não se aprende previdência em escolas.

Esse é o quadro sinistro do fim, que muitos tentaram e não conseguiram, infelizmente os dirigentes que são servidores da casa estão decretando agora o seu fim, provavelmente sua privatização, que foi sempre uma busca incansável dos bancos.

O governo precisa agir agora, antes que o estrago seja irreversível.

Nosso Ministro Lupi, dirigente de um importante partido político para os trabalhadores, que hoje também são segurados, fica a sugestão para que tome as rédeas, imediatamente, já que estão comendo pelas beiradas, como se fala na minha Terra. Aqui na capital, o termo é mais conhecido como puxar o tapete.

Alerto: abre o olho caro Lupi!

(*) Paulo César Régis de Souza é vice-presidente Executivo da Associação Nacional dos Servidores Públicos, da Previdência e da Seguridade Social – Anasps.