Uma dor intensa no peito, falta de ar, tontura e suor frio. Esses são alguns dos sintomas mais frequentes do infarto do miocárdio, também conhecido como ataque cardíaco. De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o infarto é a maior causa de morte no país, acometendo mais de 300 mil pessoas por ano.

Levando em conta a gravidade dessa situação, o Governo de Alagoas, por intermédio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), lançou o programa Bate Coração, em 2023,  com início no ano seguinte. O objetivo do programa é reduzir o tempo-resposta e aperfeiçoar o tratamento efetivo do Infarto Agudo do Miocárdio (IAM).

Em 2024, o programa salvou a vida de 438 alagoanos que precisaram ser atendidos com urgência. Referência no tratamento das doenças cardiovasculares, o Hospital do Coração Alagoano Prof. Adib Jatene (HCAAJ) entra em cena no programa através da telemedicina.

“O programa surgiu da necessidade de integrar a rede assistencial em relação ao infarto com supra, que é a doença que mais mata em nosso Estado”, salienta o coordenador e regulador do Bate Coração, o cardiologista Carlos Humberto.

“A partir disso, realizamos a integralização entre o serviço de emergência do estado, como os hospitais regionais e as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), com os hospitais que contêm a hemodinâmica, como o Hospital do Coração Alagoano e o Hospital Geral do Estado (HGE), por meio de uma plataforma mobile que conta com cardiologistas de plantão para dar seguimento ao tratamento com maior agilidade”, salienta o coordenador e regulador do Bate Coração, completa Humberto.

Mas, o que é o infarto?

O infarto é uma condição clínica grave, em qual ocorre uma obstrução de uma artéria que irriga o coração. Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o tratamento do IAM deve ser iniciado o mais rápido possível. As medidas terapêuticas incluem a trombólise, que consiste na dissolução do coágulo com medicamentos, e a angioplastia primária, que é a dilatação do local ocluído com um balão. 

A rapidez no tratamento é fundamental para salvar vidas, como foi o caso de Inácio Jorge Muniz, de 54 anos. Do município de Igreja Nova, o autônomo começou a sentir um desconforto quando estava em casa.

“Comecei a sentir uma falta de ar e rapidamente liguei para o meu amigo e ele me levou para a UPA de Penedo. Lá, o médico constatou rapidamente que poderia ser um infarto. Fui muito bem recebido e, hoje, estou aqui contando essa história para vocês. Quando descobri que estava tendo um infarto, eu fiquei tranquilo, porque agi a tempo”, afirma o paciente.

Inácio Jorge Muniz realizou a trombólise na UPA de Penedo e foi levado para a Unidade de Dor Torácica (UDT) do Hospital Geral do Estado (HGE), onde foi feito um cateterismo. Em geral, foram realizadas 173 trombólises no ano de 2024.

Atendimento humanizado

A união de esforços entre as equipes multiprofissionais otimiza o tempo-resposta, mas também torna o atendimento mais humano e mais acolhedor, como foi o caso da paciente Maria de Fátima, de 72 anos. A cozinheira de mão cheia sofreu um ataque cardíaco e precisou passar as datas festivas de final de ano internada no Hospital do Coração Alagoano. Porém, o amor dos seus familiares e a atenção dos profissionais deu forças durante o tempo em que ela ficou internada.

“Comecei a sentir uma dor muito forte no peito que ia para o braço direito. Fui direto para a UPA, em Maceió. Estava muito agoniada e suando frio. Quando sentirem uma dor muito forte no peito, procurem atendimento médico, seja na UPA ou em um hospital”, enfatiza a paciente.

Maria de Fátima não via a hora de retornar para a sua casa, localizada no bairro Serraria, em Maceió, para voltar a fazer as comidas que mais ama: bolos e doces. A paciente de 72 anos foi uma das 193 pessoas que realizaram angioplastia com o programa em 2024.

Para o secretário de Estado da Saúde, Gustavo Pontes, o programa Bate Coração é um dos trabalhos que mais orgulha o Estado e tem sido referência nacional. Representantes dos estados, como Sergipe, Rio Grande do Norte, Maranhão e Acre, e dos países, como Uruguai, África do Sul e Japão, já vieram conhecer esse projeto que tem dado grandes resultados.

“Esse programa conta com uma parceria entre 28 unidades espalhadas de norte a sul e leste a oeste em Alagoas. Continuamos investindo em tecnologia e qualificação para salvar vidas. Por determinação do nosso governador Paulo Dantas, estamos devolvendo o mais rápido possível os pacientes ao seio familiar”, declara o secretário.

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