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Os cuidados com a IA

Arnaldo Niskier 21/01/2025
Os cuidados  com a IA
Arnaldo Niskier - Foto: Arquivo

É claro que não podemos deixar a inteligência artificial completamente solta. É preciso ter certos cuidados com ela, ou seja, regular abusos indesejáveis. Isso é claro, sem tolher a sua necessária expansão.


Depois de passar pelo Senado da República, está sendo avaliada na Câmara dos Deputados. Serão tratados com muito cuidado a concessão de serviços, a seleção de estudantes e o recrutamento de trabalhadores. Tudo isso será precedido de testes de avaliação. A responsabilidade de regular IAs de alto risco será de um novo organismo do Governo, o Sistema Nacional de Regulação e Governança da Inteligência Artificial (SIA).


Cerca de 50% dos brasileiros se declararam favoráveis à regulamentação da IA, seguindo padrões de outras nações latino-americanas, como a Argentina e o México.


Há um dado curioso nessa história toda: a IA é um braço da computação que desenvolve programas capazes de simular e automatizar ações baseadas na inteligência humana. Ferramentas fazem análise de crédito em aplicativos de bancos. O interessante é que muitos fazem uso dessa tecnologia sem mesmo perceber. O principal cuidado é evitar que ocorram plágios indesejáveis.


Pesquisadores do Rio Grande do Sul identificaram critérios para definir meios e modos de estabelecer formas de saber como distribuir Bolsas de Produtividade em Pesquisa, com o apoio da IA. O sistema conta com 15 mil participantes, destacando-se a área de Engenharia Química. Procura-se identificar o impacto acadêmico da contribuição do candidato de forma ampla, considerando-se candidatos em projetos de inovação. A análise se faz de forma multidimensional do pesquisador, o que hoje se adota no Conselho Nacional de Pesquisas, na UFRJ e na Unicamp, o que prova que isso já se vai generalizando.


O meu amigo Jacques Marcovitch, que foi reitor da USP, costuma chamar a atenção para os riscos no uso desses algoritmos: “Algoritmos têm capacidade de ler uma grande quantidade de conteúdos, mas olham sempre para o passado, para dados acumulados ao longo do tempo.” Ele tem esse tipo de preocupação, que divide com os seus companheiros do Projeto Métricas.