Cidades
Vereadores romperam promessa, se reúnem com ex-imperador e a tia e pedem 80 cargos cada pela governabilidade
Edis bocudos alardeavam não conversar com Júlio Cezar, mudaram de ideia, se reuniram com ele e Luisa Duarte e pediram alto para parceria política
As promessas de independência e autonomia dos vereadores de Palmeira dos Índios duraram pouco. Depois de afirmarem nos bastidores que não se reuniriam mais com o ex-prefeito e atual secretário de governo, Júlio Cezar, e que manteriam diálogo apenas com a nova prefeita, Luísa Júlia, a realidade se mostrou bem diferente. Segundo fontes da Tribuna do Sertão, representantes dos parlamentares do chamado Grupo dos 11 (G-11) já estavam negociando nos bastidores – e pedindo alto.
80 Cargos Para Cada Vereador?
Na semana passada, membros da mesa diretora da Câmara se reuniram na surdina com a prefeita e seu sobrinho para tratar da governabilidade. De acordo com informações obtidas pela Tribuna do Sertão, os vereadores exigiram nada menos que 80 cargos para cada um dos integrantes do G-11 em troca da aprovação dos projetos do Executivo.
O pedido, segundo analistas de proporções absurdas, teria sido analisado por Luísa Júlia e seu mentor político, Júlio Cezar, que ficaram de dar uma resposta até o fim desta semana. Contudo, os acontecimentos mais recentes indicam que o acordo pode estar ruindo.
O clima azedou
Desde terça-feira, o tabuleiro político de Palmeira dos Índios tem mudado rapidamente. A possibilidade do ex-vereador Dindor (MDB) assumir a Secretaria de Agricultura que afeta diretamente o presidente da Câmara, e, principalmente, a reunião no Sindicato dos Trabalhadores Rurais, na qual a prefeita mandou um claro recado aos vereadores afirmando que “daria nome aos bois” daqueles que se colocassem contra sua gestão, são sinais de que as negociações azedaram.
A ameaça pública da prefeita, somada ao fortalecimento da influência de Júlio Cezar nos rumos da gestão e as aparições deles no Ministério Público, levanta dúvidas sobre se os vereadores ainda terão a proposta de cargos atendida. O silêncio deles desde então apenas reforça a incerteza sobre o desfecho dessa barganha política.
Os próximos passos: sinal de capitulação ou resistência?
Agora, resta saber se o G-11 engolirá mais uma humilhação pública e cederá às vontades do “imperador” ou se haverá alguma reação. O grande teste pode ocorrer nos próximos dias na Câmara Municipal: se os projetos do Executivo começarem a ser aprovados sem discussão e a toque de caixa, ficará claro que o acordo foi fechado.
A postura dos vereadores, que antes bravateavam independência e agora silenciam diante da força política do ex-imperador Júlio Cezar e Luísa Júlia, apenas reforça o descrédito da classe política local. Mais uma vez, os interesses particulares parecem falar mais alto do que qualquer compromisso com o povo de Palmeira dos Índios.
Se a população não reagir, o destino da cidade continuará sendo definido nos conchavos de bastidores, longe dos olhos do eleitor e bem distante dos princípios republicanos que deveriam nortear a administração pública.
Presidente da Câmara fala
Diante das informações de que vereadores do Grupo dos 11 (G-11) teriam se reunido com a prefeita Luísa Duarte e o ex-prefeito Júlio Cezar para negociar cargos em troca de apoio político, o presidente da Câmara, Madson Monteiro, negou qualquer encontro.
"Não houve nenhuma reunião com a prefeita e também nenhum projeto até a data de hoje chegou no protocolo!", afirmou Monteiro à Tribuna do Sertão.
A negativa, no entanto, contrasta com relatos de bastidores que indicam uma movimentação intensa entre o Executivo e o Legislativo para garantir a governabilidade da nova gestão. O silêncio do G-11 após as recentes declarações da prefeita e a possibilidade de mudanças estratégicas no secretariado municipal reforçam a expectativa de desdobramentos políticos nos próximos dias.
Se houver uma votação acelerada de projetos do Executivo na Câmara, sem a devida análise, restará claro que um acordo foi selado, independentemente das negativas oficiais. Resta saber se os vereadores manterão a postura de independência que prometeram ou se a governabilidade virá a custo de um loteamento da máquina pública.
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