A prefeita de Palmeira dos Índios, Luisa Duarte (MDB), mais uma vez confirmou o que muitos já apontavam: sua gestão é um espelho da administração de seu sobrinho, o ex-prefeito Júlio Cezar, conhecido como o "imperador". Nesta sexta-feira (10), Duarte nomeou dois ex-secretários da antiga gestão para comandar cargos estratégicos, consolidando ainda mais o controle do antecessor sobre a administração municipal. Agora de 14 secretários nomeados, 13 são repetições do antigo governo do ex-impoerador.

As nomeações de José Adriano Dantas para o comando da Guarda Civil Municipal (GCM) e de Rubens Correia para a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) deixam claro que a prefeita não está interessada ou não tem forças em imprimir um estilo próprio de governar. A presença de Júlio Cezar na reunião onde as portarias foram assinadas só reforça a ideia de que Luisa não passa de uma extensão política do ex-prefeito ou de uma marionete.

Dependência política e falta de renovação

A manutenção de nomes da gestão anterior, vendida como continuidade de um "bom trabalho", reflete, na verdade, uma falta de inovação e um temor de desagradar o sobrinho e seus aliados. Essa postura, criticada por muitos analistas políticos, demonstra que a prefeita prefere permanecer submissa à sombra de seu tutor político do que assumir o controle de seu governo e oferecer algo novo para a população de Palmeira dos Índios.

Videomonitoramento e a narrativa de segurança

Durante o anúncio, tanto a prefeita quanto o ex-prefeito exaltaram o videomonitoramento como uma das principais ferramentas de segurança da cidade. No entanto, a insistência em promover essa narrativa não esconde os problemas estruturais de segurança e mobilidade urbana que continuam sem solução. Embora as câmeras possam ajudar na resolução de crimes, elas não substituem políticas públicas eficazes que melhorem a qualidade de vida dos moradores.

Humanização ou estratégia para mascarar a crise?

Luisa Duarte prometeu "humanizar" as abordagens da Guarda Municipal, especialmente no atendimento a moradores em situação de rua. No entanto, fica a dúvida se essa humanização não passa de uma tentativa de criar uma pauta positiva em meio a críticas à sua gestão. Até o momento, faltam ações concretas que demonstrem essa intenção, além do discurso vazio.

Gestão em xeque

A vice-prefeita Sheila Duarte e a prefeita não pouparam elogios ao trabalho da GCM e da SMTT, mas a repetição de nomes do passado coloca em dúvida se o real objetivo é mesmo eficiência administrativa ou apenas atender à influência do "imperador". A continuidade de secretários da gestão passada sugere que Palmeira dos Índios segue refém de um sistema político fechado, onde a renovação administrativa é sacrificada em nome de interesses pessoais e políticos.

Com essas nomeações, Luisa Duarte demonstra que sua administração não busca independência nem inovação, mas sim perpetuar a tutela de Júlio Cezar sobre o governo municipal. A população, que esperava mudanças reais, começa a perceber que continuará sob a tutela de uma familiocracia. Resta saber por quanto tempo a prefeita conseguirá manter essa fachada sem enfrentar um desgaste irreversível.