Política

Ciro Gomes expõe alta dos juros e acusa governo de hipocrisia: "73 milhões de endividados no país”

Redação 09/01/2025
Ciro Gomes expõe alta dos juros e acusa governo de hipocrisia: '73 milhões de endividados no país”
Ex-ministro Ciro Gomes

Em uma análise contundente, o ex-ministro e ex-candidato à Presidência Ciro Gomes expôs as consequências devastadoras da política de juros altos no Brasil e criticou duramente o governo Lula e o Partido dos Trabalhadores (PT). Segundo ele, a condução econômica atual favorece banqueiros em detrimento da população, deixando mais de 73 milhões de brasileiros endividados e comprometendo o futuro econômico do país.

Juros altos: O "câncer" da economia brasileira

Ciro descreveu os juros exorbitantes como "o verdadeiro câncer da economia brasileira", destacando que o país pagou R$ 918 bilhões em juros nos últimos 12 meses. Ele apontou que esses recursos poderiam ter sido investidos em saúde, segurança e infraestrutura, mas foram drenados pelos interesses do setor financeiro.

“Esse dinheiro não foi para a saúde, para restaurar as pontes que estão caindo e matando gente no Brasil ou para a segurança. Foi todo para os cofres dos banqueiros”, afirmou.

O ex-ministro ainda destacou o colapso de infraestrutura em várias regiões do país como um reflexo direto dessa má gestão dos recursos. “Enquanto bilhões são direcionados aos bancos, vemos pontes literalmente desmoronarem, ceifando vidas e isolando comunidades inteiras. Esse é o retrato de uma política econômica desumana que escolhe financiar o lucro exorbitante dos bancos ao invés de salvar vidas e conectar o Brasil", completou.

O papel de Lula e do PT na crise econômica

O ex-ministro não poupou críticas ao governo atual, acusando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de perpetuar a política monetária de seu antecessor, Jair Bolsonaro, ao manter e posteriormente nomear diretores do Banco Central que seguem a mesma linha de juros altos.

Ciro também ressaltou que Lula e o PT, embora critiquem publicamente a política de juros, têm uma relação íntima com o setor financeiro. Ele apontou que Gabriel Galípolo, novo presidente do Banco Central indicado por Lula, é um banqueiro com histórico de atuação em privatizações e parcerias público-privadas.

“Lula poderia ter demitido Roberto Campos Neto desde o início por desempenho insuficiente, como permite a lei. Mas, ao contrário, manteve o bolsonarista até o final de 2024 e nomeou uma nova diretoria que segue exatamente a mesma política desastrosa”, criticou.

73 milhões de brasileiros endividados

Os impactos da política de juros altos são profundos, afetando diretamente a vida das pessoas. Segundo Ciro, 73 milhões de brasileiros estão endividados, muitos deles inadimplentes e registrados em órgãos como SPC e Serasa. Ele classificou essa situação como uma "humilhação nacional", fruto de uma política que prioriza lucros exorbitantes para bancos.

Além disso, ele destacou que mais de 7 milhões de empresas enfrentam dificuldades financeiras, das quais 6,5 milhões são micro e pequenas, principais responsáveis pela geração de empregos no país. A falta de crédito acessível e os altos custos financeiros paralisam investimentos e agravam a crise econômica.

Impacto no mercado imobiliário e na economia real

Ciro apontou que os juros elevados também estão gerando uma onda de inadimplência no mercado imobiliário, com mais de 40 mil imóveis sendo leiloados apenas em 2024 devido à incapacidade das famílias de pagarem seus financiamentos. Ele descreveu essa situação como parte de um "ciclo de recessão" imposto pela política monetária vigente.

“A economia para porque os juros estão acima do lucro médio das empresas. Sem investimento, não há empregos e o consumo das famílias é sufocado”, explicou.

Uma escolha do governo

Para Ciro, a crise não é uma inevitabilidade, mas uma escolha deliberada do governo Lula. “Lula tem o poder de mudar essa política, mas opta por mantê-la, mentindo ao povo que faria diferente. É uma tragédia e precisamos debater essa questão com seriedade”, concluiu.

A responsabilidade do PT

Ciro criticou duramente a retórica do PT, que ele classificou como hipócrita. “Enquanto Lula e o PT fingem criticar os juros altos, os mesmos seguem indicando pessoas comprometidas com o modelo econômico que beneficia os banqueiros”, afirmou, destacando que o discurso não condiz com as ações do governo.

O alerta de Ciro Gomes reforça a necessidade de um debate mais profundo sobre os rumos da política econômica do país. Com milhões de brasileiros endividados e uma economia paralisada, a condução dos juros coloca em xeque as promessas de um governo que se dizia voltado para os interesses do povo.

Mesmo com seu discurso contrário, Lula nomeou Gabriel Galípolo para suceder Campos Neto, lembrou Ciro Gomes