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'First Ladies' da máfia calabresa Ndrangheta são presas em Milão ao deixarem o Brasil

Duas mulheres de 56 e 26 anos foram presas em Milão, no norte da Itália, ao deixarem o Brasil no dia 18 de dezembro do ano passado. Trata-se de Rosalia Falletta e Rita Siria Assisi, respectivamente mulher e filha de Nicola Assisi, apontado como um dos chefes da máfia calabresa 'Ndrangheta, que está preso no Brasil por tráfico internacional e associação ao tráfico. Ele seria um dos responsáveis pelo transporte de cocaína na rota Brasil-Itália.
De acordo com a sucursal do Corriere della Sera em Turim, os procuradores Livia Locci e Francesco Pelosi afirmam que as duas mulheres tomaram frente dos negócios criminosos após a prisão de Nicola e do outro filho do casal - Patrick Assisi. PAra a Rai News, a defesa afirmou que os encontros eram de natureza emocional entre familiares e negaram que as duas tiveram alguma atuação criminosa. As duas estão em um presídio de Turim, também no Norte italiano.
No processo de extradição de Nicola e Patrick no Supremo Tribunal Federal (STF), o relator do pedido, ministro Edson Fachin, citou uma suposta participação de Rosalia Falletta nos crimes envolvendo o grupo.
"Como participante da associação, administrou e manteve os contatos entre os familiares e os outros associados também quando os primeiros se encontravam no exterior; administrou a contabilidade dos proveitos da atividade ilícita; verificou a correta distribuição dos lucros; cuidou, com a colaboração de Doriano Storino, da ocultação - em habitações que estavam na disponibilidade da família ou na disponibilidade de terceiros - do dinheiro efetivo recebido como contrapartida pelo entorpecente; administrou o patrimônio familiar de origem ilícita financiando as despesas para transferências aéreas, contatos e comunicações entre os associados", citou em documento de 2019.
As duas mulheres são investigadas na operação batizada de "Samba" pelos investigadores italianos. De acordo com o Departamento de Segurança Público, vinculado ao Ministério do Interior da Itália, no dia 10 de dezembro último, 23 traficantes internacionais de drogas foram presos na operação. Destes, 18 no Brasil e cinco na Itália. No Brasil, a Polícia Federal chamou a operação de "Mafiusi". A operação investiga o modus operandi do tráfico de drogas na rota Brasil-Itália.
De acordo com nota publicada pelo governo italiano, o trabalho investigativo em cooperação com autoridades brasileiras ocorre desde 2019, quando Nicola Assisi e Patrick Assisi foram presos na Praia Grande, litoral paulista, no dia 8 de julho.
Durante os últimos anos, de acordo com o departamento antidrogas da Itália, foi possível "identificar conexões consolidadas" com participação da máfia 'Ndrangheta no Brasil. Ainda segundo a nota, os grupos criminosos eram capazes de enviar quantidade significativa de drogas para a Europa por meio de um porto no Paraná.
A operação de dezembro último, segundo governo italiano, foi capaz de identificar ainda atuação da 'Ndrangheta no Estado de Piemonte, Norte da Itália, na negociação de transporte de drogas na rota entre Brasil e a Itália.
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