Política
Paulão se enrola ao tentar justificar escândalo sobre repasses do Fundo Eleitoral do PT
Em meio ao escândalo envolvendo o uso do Fundo Eleitoral do PT nas eleições de 2024, o deputado federal Paulão (PT) tentou, de forma atrapalhada, justificar as acusações que recaem sobre o partido e sobre ele mesmo. Em declarações à imprensa, o parlamentar admitiu que o contrato firmado entre Ricardo Barbosa e o escritório de advocacia do próprio filho foi, no mínimo, imprudente do ponto de vista moral. No entanto, insistiu que não houve desvio de recursos, afirmando que as acusações seriam fruto de distorções para atender interesses políticos internos.
Paulão tentou afastar sua responsabilidade ao afirmar que não faz parte da Executiva do partido e que, portanto, não teria qualquer poder decisório sobre o caso. “Nem da Executiva eu sou. Por isso, não tenho poder decisório. Existe o Fundo Partidário a qual todos os partidos têm direito. O PT deve ter recebido cerca de R$ 2 milhões”, declarou, em uma tentativa de minimizar sua ligação com o episódio.
Moralidade fragilizada e falta de transparência
O parlamentar admitiu que a decisão de contratar o escritório do filho de Barbosa foi aprovada pela Executiva do PT, mas reconheceu o impacto negativo da escolha. “Será prudencial ter colocado o filho? A decisão foi aprovada na Executiva do partido com todas as suas tendências. (...) Embora, do ponto de vista moral, as pessoas questionem que possa ter cometido erro, todas as forças políticas do partido votaram pelo contrato”, disse.
A admissão de Paulão apenas reforçou a percepção de que a estrutura partidária foi utilizada para atender interesses pessoais, alimentando a crise de credibilidade do partido. A insistência em afirmar que “não houve desvio” soa como uma tentativa de desviar a atenção das questões éticas, que são o cerne das críticas.
Denúncias abafadas e guerra interna
Em mais uma declaração controversa, Paulão acusou membros do próprio partido de exporem o caso para enfraquecer lideranças na disputa pela nova composição do Diretório Estadual do PT em Alagoas. Ele afirmou que o assunto deveria ter sido tratado “entre quatro paredes”, o que gerou ainda mais indignação, reforçando a ideia de que o partido tenta esconder seus problemas da opinião pública.
O deputado também alegou que não houve penalidades por parte do Ministério Público Federal, como se isso fosse suficiente para encerrar as suspeitas. “Se tivesse desvio, seríamos penalizados. Não há denúncia formal contra Ricardo Barbosa até hoje”, declarou, ignorando que a ausência de ação judicial não resolve o desgaste moral que o caso trouxe para o partido.
Uma crise ética que Paulão não conseguiu apagar
As declarações à imprensa, ao invés de esclarecerem, aprofundaram as dúvidas sobre as práticas do PT em Alagoas e a gestão dos recursos públicos destinados ao Fundo Eleitoral. Paulão buscou desviar o foco do debate moral e minimizar o impacto das acusações, mas as justificativas foram insuficientes para conter a crise.
O episódio revela uma profunda fragilidade ética no partido e reforça as críticas de que o PT vem enfrentando dificuldades em lidar com a transparência e o compromisso com seus próprios princípios. As acusações, mesmo sem desdobramentos judiciais imediatos, seguem alimentando a desconfiança pública e manchando ainda mais a imagem do partido.
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