Economia
Bolsas da Europa fecham na maioria em baixa, repercutindo sinalizações sobre governo Trump

As bolsas da Europa fecharam a quarta-feira, 8, na maioria em baixa, repercutindo sinalizações sobre a postura da administração do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. O temor quanto às tarifas foi renovado com uma publicação da CNN de que o republicano está considerando declarar uma emergência econômica nacional como pretexto para lançar um grande pacote de taxações universais.
Além disso, pesam as declarações do presidente eleito sobre a Groenlândia, que incluíram sugestões de uso militar, o que desencadeou reações na União Europeia (UE) defendendo a inviolabilidade do território dinamarquês.
O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,25%, a 513,39 pontos.
O ministro de Relações Exteriores da França, Jean-Noël Barrot, disse nesta quarta que a UE não deve permitir que outras nações do mundo ameacem suas fronteiras soberanas e o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou que "o princípio da inviolabilidade das fronteiras aplica-se a todos os países", ressaltando que ele não deve ser abalado nem por um país pequeno, nem por um Estado poderoso.
"Raramente as perspectivas para os próximos doze meses foram tão incertas como agora e raramente as perspectivas dependeram tanto de escolhas políticas imediatas nos EUA e, em menor medida, mas ainda significativa, também na Europa", avalia a Berenberg Economics.
As ações do setor de defesa subiram, um dia após Trump também voltar a pressionar os países europeus por mais investimentos militares.
O republicano disse que os membros da Otan deveriam gastar 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na defesa, acima da meta atual de 2% do PIB.
A fabricante de armas Rheinmetal saltou 4,86% em Frankfurt, enquanto Saab subiu 3,44% em Estocolmo. Leonardo teve elevação de 4,08% em Milão, sendo a maior alta na cidade, onde o FTSE MIB subiu 0,49%, a 35.108,74 pontos.
Apor outro lado, ações de energéticas ligadas à renováveis tiveram importantes recuos, após Trump fazer duras críticas às turbinas eólicas. "Elas estão enlouquecendo as baleias", afirmou, quando prometeu não adicionar mais nenhuma instalação eólica durante sua presidência.
EDP Renováveis recuou 4,71% em Lisboa, enquanto a EDP caiu 3,19%, onde o PSI 20 teve queda de 0,46%, a 6.371,45 pontos. Em Copenhague, Vestas recuou 7,40% e Orsted caiu 5,78%. Em Frankfurt, Siemens Energy recuou 5,44%, cidade na qual o DAX teve queda de 0,12, a 20.316,75 pontos. Em outro setor, a praça teve queda de 1,52% da Lufthansa, que anunciou nesta quarta-feira que estabeleceu como meta realizar cerca de 10.000 novas contratações em toda a empresa em 2025, menos do que em 2024.
Em Londres, o FTSE 100 subiu 0,07%, a 8.251,03 pontos. Um destaque foi a Shell, que recuou 1,01% depois que alertou que estima despesas de US$ 1,3 bilhão relativas ao quarto trimestre de 2024 devido a pagamentos por certificados de emissão. Em comunicado, a petrolífera britânica detalhou que o impacto previsto no fluxo de caixa está relacionado a licenças na Alemanha e nos EUA. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,49%, a 7.452,42 pontos. Em Madri, o Ibex35 teve queda de 0,21%, a 11.786,80 pontos.
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