Internacional
Panamá vai defender dignidade e soberania após ameaças de Trump, diz analista
O povo do Panamá defenderá sua dignidade e soberania diante das recentes ameaças do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou à Sputnik o professor equatoriano Dax Toscano.

"Tenho plena certeza de que o povo panamenho se levantará para defender sua dignidade e soberania", enfatizou o docente da Universidade Central do Equador. Para Toscano, as "bravatas" de Trump não têm fundamento, já que violam tratados internacionais e "atentam contra a soberania e a dignidade de um povo".
Toscano ressaltou que Trump "age como um valentão de bairro" e "acha que o mundo lhe pertence", ao insinuar que o canal do Panamá deve retornar às mãos dos Estados Unidos.
"Trump pensa que o mundo é dele, como se fosse suas empresas. […] Suas recentes declarações confirmam isso", afirmou.
O especialista questionou o esquecimento de Trump da existência de tratados legais que regem a administração do canal do Panamá desde 1977.
"Ele quer impor políticas tarifárias que sejam convenientes para os EUA, esquecendo-se de que o Panamá é um país soberano e de que existem tratados, os Tratados Torrijos-Carter, que é o instrumento legal que regula os assuntos relacionados ao canal e à soberania do país", pontuou.
Além disso, Toscano lembrou que a invasão estadunidense do Panamá, em 1989, custou a vida de mais de 2 mil pessoas e evidenciou a ambição dos EUA pelo enclave estratégico.
"Eles pretendiam manter o controle da Zona do Canal para intimidar a população e dar uma lição a um país que havia determinado que, definitivamente, o canal do Panamá pertencia e pertence a eles. Primeiro porque está em território panamenho — algo elementar e óbvio —, mas também porque aqueles que entregaram suas vidas na construção do canal, enfrentando diversas doenças e trabalhando em condições adversas nas áreas selváticas, foram os próprios panamenhos", declarou.
As intenções expressas por Trump continuam gerando reações internacionais, incluindo as do próprio presidente panamenho, José Raúl Mulino, que afirmou que "a pátria e a via interoceânica não são negociáveis".
Mulino declarou em seu perfil na rede social X (antigo Twitter) que o canal "é panamenho e continuará sendo", em resposta à ameaça de Trump de exigir sua devolução caso as tarifas cobradas para o trânsito não sejam reduzidas.
O presidente panamenho também lembrou que a via interoceânica, inaugurada em 1914, foi administrada por Washington até a transferência para o poder local, em 31 de dezembro de 1999.
Por Sputinik Brasil
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