Economia
Moedas globais: dólar tem forte alta, seguindo projeções do Fed em decisão e falas de Powell
O dólar avançou nesta quarta-feira, 18, após ganhar impulso com a divulgação da decisão do Federal Reserve (Fed) e a coletiva de imprensa do presidente da autoridade, Jerome Powell. Depois do anúncio do corte de juros em 25 pontos base, as sinalizações foram de que a autoridade deverá reduzir o nível da redução de taxas ao longo do próximo ano, elevando as projeções de inflação, e com dirigentes esperando um taxa dos Fed funds mais elevada ao final de 2025 do que anteriormente.
O índice DXY, que mede a variação da moeda americana ante uma cesta de pares fortes, fechou em alta de 1,00%, a 108,027 pontos. Perto do fechamento de Nova York, o dólar avançava a 154,59 ienes, a libra tinha queda a US$ 1,2583 e o euro recuava a US$ 1,0368.
A Capital Economics lembra que a votação para a queda de juros não foi unânime e, em uma mudança agressiva, a nova projeção mediana mostra agora apenas 50 pontos de base de flexibilização adicional no próximo ano, abaixo dos 100 pontos de base da projeção de setembro. A consultoria espera agora que o Fed realize apenas reduções de 25 pontos base nas reuniões de março e junho.
Powell disse que os juros estão perto do nível neutro e que é preciso mais progresso na inflação para que a autoridade continue cortando os juros em 2025. "Hoje foi uma decisão mais difícil, mas decidimos que foi a certa porque era a melhor para promover os nossos dois mandatos, de emprego máximo e estabilidade de preços", avaliou. O mercado ampliou as apostas para a manutenção dos juros na próxima reunião do dia 29 de janeiro, conforme aponta a plataforma de monitoramento do CME Group. A ferramenta mostrava 88,5% de probabilidade de os juros serem mantidos no nível de 4,25% a 4,50% no próximo mês, ante 79,9% registrado antes da divulgação da decisão monetária desta tarde.
O Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) anunciará nesta quinta-feira a última decisão do ano de sua política monetária e, diferentemente do cenário na reunião passada, o consenso de bancos e consultorias é de que a manutenção das taxas de juros, em 4,75% ao ano, seja o mais provável. Durante o período que dividiu as duas decisões, o presidente do BC britânico, Andrew Bailey, defendeu uma posição de flexibilização gradual, e a decisão desta quinta-feira pode representar uma pausa no ciclo de cortes iniciado em agosto.
O dólar paralelo na Argentina, conhecido localmente como "blue", voltou a subir nesta sessão, em sua oitava alta consecutiva, e ultrapassou 1200 pesos. Além do recente corte de juros pelo Banco Central da República Argentina (BCRA), fatores sazonais, como a saída de divisas em razão das férias de final de ano, vem sendo apontados como razões pela desvalorização do peso. Segundo o jornal Ámbito, o dólar blue é cotado a 1205 pesos, no menor valor desde 14 de outubro.
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