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Comentando Cecília Meireles

Cecília chega perto da tensão barroca de um Quevedo, ou seja, a participação mística integral, mas o seu verdadeiro caminho é o do equilíbrio, da harmonia, de uma participação isenta, que una o correto ao abstrato. Mas a beleza é o outro perfil do sofrimento, e só merece a vida que é senhor da morte - Antônio Carlos Vilaça.
Nascida na Cidade Maravilhosa em 07 de novembro de 1901, falecendo no Rio de Janeiro em 09 de novembro de 1964. Publicou seu primeiro livro, “Espectros”, em 1919, e em 1938 seu livro “Viagem” conquistando o prêmio Olavo Bilac de poesia, outorgado pela Academia Brasileira de Letras. Em vida foi jornalista, cronista, ensaísta, professora, autora de literatura infanto-juvenil e pioneira na difusão do gênero no Brasil.
Em 1965, recebeu, postumamente, o prêmio Machado de Assis da ABL pelo conjunto de sua obra. Entre 1939 e 1949, Cecília nos dá quatro livros, que dão fundamentais: Viagem, Vaga música, de 1942, Mar Absoluto, de 1945, Retrato natural.
Ressalto essa passagem do livro Mar Absoluto e outros poemas: “ O mar é só mar, desprovido de apegos, e sendo depois a pura sombra de si mesmo, por si mesmo vencido. Não precisa do destino fixo da terra.... Tem um reino de metamorfose, para experiência: seu corpo é o seu próprio jogo, e sua eternidade lúdica não apenas gratuita: mas perfeita ”.
dividido pelos poemas dos motivos da rosa em seis partes quase que totalmente simétricas. Cecília Meireles reinventa em cada um deles o lugar e arte. Retornando o velho motivo por Horácio - o poema como monumento que tem duração mais perene que o bronze - ou eu da autora vê a rosa, descrevendo-a como suavidade e delicadeza de seda e nácar, trêmula de orvalho, tão dedicada e frágil que pensa nela ver a beleza em lágrimas por ser efêmera.
Na Antologia poética, pode-se apreciar passagens consagradas da rota lírica de Cecília Meireles. Escolhidos pela própria autora, os poemas aqui reunidos levam a vislumbrar diferentes fases de sua vasta obra. Assim sendo, o leitor apreciará às sensibilidades de uma das maiores timoneiras do verso em língua portuguesa.
No livro a Viagem a autora faz uma reflexão sobre o momento de ruptura e renovação na sua obra poética. Até então, sua poesia ainda estava ligada ao neossimbolismo. “ Um poeta é sempre irmão do vento e da água: Deixa seu ritmo por onde passa “. Encerro com essa passagem: Estou diante daquela porta / que não sei mais se ainda existe ... Estou longe e fora das horas / sem saber em que consiste /nem o que vai nem o que volta... Sem estar alegre nem triste.
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