Alagoas

Dezembro Vermelho: Hospital Helvio Auto registra um aumento de 40% de grávidas com HIV/AIDS

Ana Paula Tenório / Ascom HEHA 29/11/2024
Dezembro Vermelho: Hospital Helvio Auto registra um aumento de 40% de grávidas com HIV/AIDS
Gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda a gestação - Foto: Ascom HEHA



O Hospital Escola Dr. Helvio Auto (HEHA), unidade assistencial da Universidade Estadual de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal), contabilizou um aumento de 40% nos casos de HIV/AIDS em mulheres grávidas em relação ao ano passado. A divulgação faz parte das ações do Dezembro Vermelho, mês dedicado à luta contra a AIDS e ainda alerta para a necessidade de manter a prevenção e realizar os testes de HIV durante ou até antes do pré-natal.

 

Os números são preocupantes, uma vez que algumas destas pacientes já chegam ao serviço num período próximo ao parto, já outras não seguiram o pré-natal de forma adequada, o que dificulta a profilaxia durante a gestação, para que não haja a transmissão vertical (de mãe para o bebê).

 

Em 2021 foram 7 grávidas diagnosticadas antes do pré-natal e mais 3 durante o pré-natal, totalizando 10. Já em 2022 foram 13 antes do pré-natal e mais 8 durante, inteirando 21. Em 2023 foram 11 antes do pré-natal e 9 durante o pré-natal, totalizando 20.

 

Agora em 2024, de janeiro a outubro, já foram recebidas pelo hospital, 17 gestantes com diagnóstico identificado antes do pré-natal e mais 11 durante o pré-natal, num total de 28 gestantes, e ainda falta a contabilização dos últimos dois meses do ano. O que explicita um aumento de 40% nos números de 2024 em relação ao ano de 2023.

  

Deve-se levar em consideração que esse número é apenas das mulheres que chegam ao serviço por meio de testagens por demanda espontânea ou encaminhadas de outros serviços de saúde já com sintomas de AIDS; sem contar com aquelas em que o pré-natal falhou em não pedir os exames preventivos e ainda aquelas que não realizam o pré-natal de maneira satisfatória.

 

Em 2024, em apenas dez meses, o número de casos registrados cresceu 64,7% em relação à média de casos dos últimos três anos.  Já em números totais, só em 2024 já foram diagnosticados 348 novos casos (de janeiro até outubro), somente no Hospital Dr. Helvio Auto, valor que ainda pode bater o quantitativo do ano passado, que finalizou os doze meses de 2023 com 353 casos.

 

Segundo Lygia Antas, coordenadora do Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Helvio Auto, é imprescindível que as gestantes façam o pré-natal correto para que em caso positivo, seja detectado o quanto antes.


 

“É necessário que estas gestantes positivadas sejam diagnosticadas precocemente, embora se for descoberto no momento do parto, há como fazer profilaxia com medicação injetável na gestante e assim que a criança nasce ela também começa a tomar medicação, e em nenhuma hipótese, amamentar”, explicou.

 

As gestantes que forem diagnosticadas com HIV durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos antirretrovirais durante toda a gestação e, se orientado pelo médico, também no momento do parto.

 

O tratamento previne a transmissão vertical do HIV para a criança. A presença de ISTs durante a gestação pode afetar a criança e causar complicações, como: abortamento e natimortalidade, parto prematuro, doenças congênitas ou morte do recém-nascido.


Protocolo 

 

No protocolo normal de um pré-natal feito pela Atenção Básica de Saúde (postos e programa de saúde da família) deve conter os testes para Infecções Sexualmente Transmissíveis, inclusive, o HIV.

 

“Nós temos que reforçar a necessidade dos profissionais da Atenção Básica pedirem os exames no primeiro, segundo e terceiro trimestre da gestação, uma vez que os testes rápidos são disponibilizados pelo Estado aos municípios. Detectando a tempo e fazendo o acompanhamento devido, a criança nasce saudável sem o vírus do HIV”, concluiu Lygia Antas.

 

O recém-nascido com HIV deve receber o medicamento antirretroviral (xarope) e ser acompanhado no serviço de saúde. Recomenda-se também a não amamentação, evitando a transmissão do HIV para a criança por meio do leite materno.

 

Atualmente, mais de 3.500 pacientes provenientes de todo o estado de Alagoas com HIV/AIDS são acompanhados ambulatorialmente pelo Serviço de Assistência Especializada (SAE) do Hospital Helvio Auto, onde são assistidos por equipe de saúde multidisciplinar, que engloba atendimentos médicos a psicológicos e nutricionais. Trata-se do maior ambulatório em doenças infectocontagiosas do estado em número de pacientes atendidos.