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Maria Emília Clarck

Carlito Peixoto Lima 24/11/2024
Maria Emília Clarck
Carlito Peixoto - Foto: Assessoria

Deus quando elaborou o projeto da raça humana, colocou nesse mundo a mulher como a criatura mais semelhante à sua imagem. A mulher é o estágio do ser humano mais avançado, perto do sublime, do divino.

O homem quando se viu um ser complementar da mulher, Deus apenas o fez um procriador, com inveja e sendo mais forte inventou as conquistas, as guerras, para que ficassem no trono reinando o mundo, sem dar chance à companheira. O homem mandava e desmandava, assim foi iniciado o mundo. As mulheres aguentaram essa iniquidade por todos os séculos, por toda história desde que o mundo é mundo, com algumas exceções, Cleópatra, Maria, Joana D’Arc, Rainha Victória, entre poucas.

Até que no século XIX, as mulheres se rebelaram, iniciaram o movimento com reivindicações de ingressar o mercado de trabalho e votar. Mulher era para ficar em casa tomando conta dos filhos e das galinhas. Deu-se início a Revolução Feminina. A maior revolução da humanidade não foi a Queda da Bastilha, nem a Russa, foi a Revolução das Mulheres no século passado, exigindo seus lugares dentro da sociedade.

Ainda estão batalhando, vencendo preconceitos e intolerâncias. No dia em que as mulheres tiverem mais poder, mais comando, mais liderança; o gênero humano será mais digno, mais honesto, mais feliz, o mundo menos hipócrita. Digo isso porque acompanhei e continuo atento a evolução feminina de minha geração. Assisti as mulheres se infiltrarem no mundo das artes, dos empregos, da política. E como melhorou!!!

Dentro as mulheres de minha geração tenho uma amiga especial que sempre admirei seu trabalho tenaz no mundo da dança, do ensino e da produção artística. Essa mulher chama-se, Maria Emília Clarck, a Dama do Ballet. Desde criança a dança entrou em seu corpo, em sua alma em suas entranhas. Para se formar bailarina teve muito que estudar, cerca de dez anos, muitas horas de estudo teórico e prático diariamente. Paralelamente formou-se em Serviço Social na UFAL e Bailarina Profissional pelo Sindicato dos Artistas de São Paulo.

Participou de vários cursos de pós graduação e como bailarina profissional dançou nos cinco continentes, cuja enorme relação não cabe nesse pequeno texto.

Uma mulher se realiza quando segue o seu coração! Uma mulher visionária é do tamanho de seus sonhos. Assim é Emília, com a bagagem teórica e prática aprendida em anos de ballet, resolveu há 25 anos criar a própria escola: BALLET MARIA EMÍLIA CLARCK. Sua Escola tem formado gerações de bailarinos e contribuído imensamente para a arte e a cultura de Alagoas e do Brasil. Com mais de 60 projetos realizados, suas criações misturam o passado e contemporâneo de maneira única e sensível. Como um ser humano notável, incomum, sua sensibilidade leva projetos aos mais desprovidos, aos que não têm acesso à arte, minimizando lacuna de nossa carente descabida sociedade.

O Ballet Maria Emília Clarck comemorando seus 25 anos de intensas atividades de formação artística e técnica, construindo repertórios próprios, memorialistas, produzindo documentários históricos, dessa forma contribuindo para preservação da História do Brasil. Nesse ano de 2024, a bailarina Emília Clark, contando com o apoio do marido, o médico, escritor, sociólogo, Fernando Gomes, criou e presenteia à Alagoas o espetáculo: “O MAR QUANDO QUEBRA NA PRAIA” no Teatro Gustavo Leite, dias 29 nov (sexta); 30 nov (sábado) às 19:00 e no dia 1 dezembro (domingo) às 17:00 horas. IMPERDÍVEL. Suas netas vão adorar. Finalmente declaro maior admiração e orgulho em ser amigo dessa artista, independente, laboriosa obreira e sobretudo, revolucionária, Maria Emília Clark.