Política
Novo livro de Jessé Souza, "O Pobre de Direita", analisa virada conservadora das classes populares no Brasil
No livro "O Pobre de Direita", o sociólogo Jessé Souza busca desvendar as razões por trás da virada conservadora que se consolidou nas urnas entre as classes populares brasileiras, especialmente nas classes C, D e E. Escrito antes das eleições municipais, o livro torna-se especialmente relevante para compreender o movimento que levou grande parte do eleitorado de baixa renda a abraçar pautas e candidatos de direita.
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Souza explicou que o ponto de partida para o livro foi a insatisfação com as explicações tradicionais sobre o fenômeno. “Existiam duas explicações comuns: o estereótipo do 'gado' ou 'minion' — que reduz a escolha a um comportamento irrefletido — e uma visão mais acadêmica, que atribui o conservadorismo do pobre à religião, como se isso fosse intrínseco à sua condição. Mas a pergunta que ninguém se fez é: por que alguém escolhe justamente aquela religião entre tantas outras?”, questiona.
A hipótese central do sociólogo, sustentada por dezenas de entrevistas que compõem metade do livro, aponta que a escolha política do eleitor de baixa renda está profundamente ligada a uma busca por reconhecimento e autoestima. Segundo Souza, essas escolhas vão além da adesão automática a crenças religiosas ou ideológicas, revelando uma construção complexa de identidade e pertencimento nas classes populares.
Com uma análise que alia sociologia e política, "O Pobre de Direita" oferece um olhar profundo sobre o comportamento eleitoral brasileiro, desafia estereótipos e se propõe a entender o que realmente motiva o eleitor pobre a virar-se à direita. Essa leitura pode ajudar a lançar luz sobre os desdobramentos das eleições e sobre o crescente conservadorismo que permeia o cenário político nacional, especialmente entre os mais desfavorecidos.
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