A eleição em Taboão da Serra (SP), onde o prefeito José Aprígio da Silva (Podemos) foi baleado na sexta-feira, 18, tem como um dos principais pontos de debate a influência de Ney Santos (Republicanos), prefeito de Embu das Artes, e conhecido pelo histórico de acusações de envolvimento com o PCC (Primeiro Comando da Capital).

Ney Santos já foi preso e teve o mandato cassado pela Justiça é o principal apoiador de Engenheiro Daniel (União Brasil), adversário de Aprígio no segundo turno das eleições 2024.

Daniel, que foi secretário de Obras em Embu durante a gestão de Ney Santos, tem a ligação com o prefeito de Embu mencionada por Aprígio em sua campanha. O atual prefeito de Taboão alerta que a vitória de Daniel pode representar o controle de Taboão da Serra por Ney Santos.

Um dia antes do ataque, Ney Santos postou um vídeo onde faz críticas a Aprígio, chamando-o de “o pior prefeito da região” e dizendo que ele seria “linchado na rua” devido à sua administração.

Após o atentado, aliados de Aprígio mencionaram a possível participação do PCC no ataque. As investigações da polícia continuam em andamento.

O ataque aconteceu quando Aprígio voltava de um evento de campanha em carro blindado, acompanhado de três pessoas. Ele foi atingido por um tiro no ombro esquerdo enquanto estava na Avenida Aprígio Bezerra da Silva. Um veículo se aproximou e disparou várias vezes, conseguindo perfurar a blindagem. O prefeito foi o único ferido no atentado. O secretário de Comunicação de Taboão da Serra, Arnoldo Landiva, conta que o prefeito foi levado para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e, na sequencia, transferido para o Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele estava consciente e seu estado de saúde era “estável” no momento da transferência, de acordo com comunicado da prefeitura.

Na tarde de sexta-feira, a Polícia Militar de São Paulo localizou, incendiado e abandonado, o carro suspeito de ter sido usado no ataque. O veículo, um Nissan March vermelho, foi encontrado na altura do quilômetro 21. No interior, foram achadas munições.

“A probabilidade é quase que total (de ser o carro utilizado pelos criminosos). O veículo vai ser depois conduzido para cá”, afirmou o delegado Hélio Bressan, da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, durante uma coletiva de imprensa, após o atentado.