Política

País está atento à influência de big techs de comunicação, diz ministro à Sputnik Brasil

O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, ao ser questionado sobre a influência de grandes empresas estrangeiras no setor de comunicações, afirmou nesta terça-feira (8) que o governo brasileiro está sempre atento para garantir a soberania nacional.

Sputnik Brasil 09/10/2024
País está atento à influência de big techs de comunicação, diz ministro à Sputnik Brasil
Foto: Sputnik / Guilherme Correia

"O Brasil sempre está atento a tudo para garantir a sua soberania nacionalmente e vamos sempre estar garantindo a nossa soberania nacional e estar atuando e exercendo o papel que o governo tem de exercer", disse à Sputnik Brasil.

Segundo ele, o país se posiciona como um grande hub mundial de data centers devido à sua capacidade de gerar energia limpa e abundância de água, elementos essenciais para esse tipo de infraestrutura.

"Temos tudo para expandir nossa participação no cenário global de armazenamento de dados, descentralizando esses hubs e aproveitando a geração de energia limpa, especialmente no Nordeste."

Durante a abertura do Futurecom 2024, um dos maiores eventos na área de conectividade da América Latina, realizado em São Paulo de hoje (8) até a próxima quinta-feira (10), ele ressaltou que o Brasil tem se tornado referência mundial em ambiente regulatório.

"O avanço tecnológico é sempre uma prioridade, mas nossa prioridade imediata é concluir a implantação do 5G, para que esteja disponível o mais rápido possível para toda a população", afirmou à imprensa.

Ele destacou que o 5G já está em fase de consolidação, mas é preciso manter o ambiente regulatório preparado para receber futuras tecnologias, como o 6G.

Juscelino Filho também mencionou o Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (FUST), dizendo que a gestão tem mais de R$ 600 milhões contratados para construção de novas redes de infraestrutura.

Segundo ele, um novo edital de renúncia fiscal poderá beneficiar até 15 mil escolas e há um saldo que poderá ser utilizado em futuras fases.

O ministro afirmou que o governo federal visa ampliar a infraestrutura de telecomunicações em todo o país.

"Serão mais de 4 mil quilômetros de fibra ótica e 205 novas antenas de telefonia móvel, alcançando cerca de 366 mil lares brasileiros."

Ele ressaltou a importância do programa Norte Conectado, que busca expandir redes de alta capacidade na região. "Em 2024 lançaremos a Infovia 02, conectando outras três infovias a países como Peru e Colômbia."

Quantas pessoas sem acesso à Internet tem o Brasil em 2024?


Segundo o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, o Brasil ainda tem mais de 10 milhões de cidadãos sem conectividade.

Ele destaca que há investimentos previstos pelo governo federal no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) com foco na inclusão digital.

"O presidente Lula incluiu um eixo inédito no PAC, que prevê mais de R$ 8 bilhões até 2026 para garantir que todos os brasileiros tenham acesso à tecnologia."

Juscelino também comentou a atuação do Brasil no G20, liderando discussões sobre economia digital e segurança da informação. "Estamos comprometidos em construir um Brasil mais conectado, inclusivo e próspero para todos."

Um dos convidados para a abertura, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), defendeu o impacto da tecnologia na gestão municipal, mencionando o esforço da cidade para garantir acesso à Internet em todas as áreas.

"Quando distribuímos 506 mil tablets para estudantes, descobrimos que muitos viviam em regiões sem cobertura de Internet. Trabalhamos com o setor de telecomunicações e instalamos 216 antenas para resolver isso", relatou.

Ele também citou a importância dos semáforos inteligentes, controlados por inteligência artificial, que melhoram o fluxo de veículos na cidade. "Essa tecnologia pode reduzir em até 20% os congestionamentos em São Paulo."

O vice-governador de São Paulo, Felicio Ramuth (PSD), declarou no evento que "a inovação avança mais rápido que as leis, e nós, gestores públicos, só podemos agir dentro da legalidade".

"Por isso precisamos trabalhar em conjunto, com governos e iniciativa privada, para modernizar as legislações e aplicar essas evoluções tecnológicas no dia a dia da população."