Política

'Parar com essa história de ódio na política', diz Paes sobre compromisso com fim da polarização

Em entrevista ao Bom Dia Rio, na TV Globo, prefeito reeleito destacou a importância de governar para todos

Agência O Globo - 07/10/2024
'Parar com essa história de ódio na política', diz Paes sobre compromisso com fim da polarização
'Parar com essa história de ódio na política', diz Paes sobre compromisso com fim da polarização - Foto: Reprodução / internet

Em seu primeiro dia como prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PSD) destacou, durante entrevista ao Bom Dia Rio, na TV Globo, o compromisso de trabalhar em prol do fim da polarização e do ódio na política ao longo dos próximos quatro anos de governo. Paes falou sobre a pluralidade existente na cidade e a importância de governar para todos.

Prefeito de Itaguaí, Rubão recebe maioria dos votos, mas resultado aguarda decisão da Justiça:

Babu, Sol, Marília e mais:

— A gente tem que parar com essa história do ódio na política. A política é uma atividade em que a gente busca, a partir das nossas diferenças, encontrar pontos em comum para construir solução para os problemas da cidade. Eu acho que fica muito esse embate de ódio que não faz bem a ninguém. Então, o que busco é representar todos os cariocas. Essa é uma cidade ampla, diversa, com diferentes religiões e crenças. Nosso papel é fazer com que todo carioca tenha atenção do poder público — afirmou.

O posicionamento de Paes segue a linha do discurso adotado logo após o resultado das eleições, no domingo. Na ocasião, o prefeito agradeceu o apoio que tem recebido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ressaltando que a campanha deste ano, com a coligação PT, PDT e PSB, conseguiu juntar muitos políticos de espectros diferentes ao buscar a reeleição.

Indagado sobre quais são os principais problemas a serem enfrentados no município, Paes mencionou a segurança pública, um dos temas mais abordados nestas eleições pelo adversário e segundo colocado na disputa, Alexandre Ramagem (PL). O prefeito reafirmou o compromisso de trabalhar para melhorar o quadro, mas apontou que o governo do estado é o principal responsável pela situação atual.

— A prefeitura vai ajudar, vai trabalhar integrada. Vamos buscar melhorar os nossos mecanismos. Mas é fundamental o papel das forças de segurança pública e um sistema penitenciário que funcione. Infelizmente, o candidato do governador trouxe esse debate que tem a ver com a eleição estadual para a eleição municipal. Mas agora eu acho que é ter clareza, ajudar o governador a trabalhar em conjunto e torcer para que a gente despolitize essa questão. Segurança pública é a tarefa de Estado — pontuou.

Ao longo da campanha, Paes e Ramagem trocaram farpas nos debates e nas redes sociais sobre o tema. De um lado, o prefeito associava o bolsonarista ao governador Cláudio Castro, criticando a política atual de segurança pública. Do outro, o deputado dizia que o adversário "lavava as mãos" para a violência no Rio.

Ainda tratando dos desafios na cidade, Paes explicou que fará mais dois super centros de saúde nas zonas Norte e Oeste. O prefeito prometeu acelerar a fila do Sisreg, ampliar o turno integral nas escolas e melhorar as linhas de ônibus:

— A saúde é sempre um desafio. A gente quer fazer dois novos super centros e acelerar essa fila do Sisreg. Na educação, queremos chegar a 70% das nossas crianças em tempo integral nas escolas. Nos ônibus, até nas linhas regulares, a gente sabe que está muito ruim. Eu me comprometi a fazer com elas aquilo que fizemos no BRT.

Uma das maiores especulações que giram em torno de Paes é se o prefeito vai deixar o poder municipal para se candidatar a governador em 2026. Ele já disputou uma vaga no Palácio Guanabara por duas vezes, sem sucesso. Em seu próximo mandato, Paes terá ampla maioria na Câmara do Rio. Contando apenas os vereadores dos 12 partidos de sua coligação, o prefeito soma 28 vereadores em sua bancada. Apesar disso, ele descarta a possibilidade de deixar a prefeitura antes de concluir o mandato.

— É uma honra poder ser prefeito do Rio, acho que a população me dá quase um título inédito, né? Poder ser quatro vezes prefeito dessa cidade. Vou trabalhar muito aqui, me dedicar muito para essa honrosa missão. Tenho muita felicidade em ser prefeito, não escondo isso de ninguém — alegou.

Vitória tranquila

Paes iniciou a campanha com tranquilidade: as primeiras pesquisas mostravam o prefeito muito à frente dos adversários. Ao longo das últimas semanas, seu principal rival, Alexandre Ramagem (PL), começou a ter um melhor desempenho, principalmente com o apoio explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Ao fim da apuração, a previsão das pesquisas — que apontavam a reeleição tranquila do atual prefeito — se confirmou. A apuração contabilizou os 3.045.054 votos válidos no município, reelegendo o prefeito com 1.861.856 eleitores, totalizando 60,47%. Alexandre Ramagem, ficou em segundo lugar, com 948.631 votos, representando 30,81%, cerca de metade do eleitorado de Paes.

A distância dos dois foi significativa em relação aos demais candidatos. Tarcísio Motta (PSOL), em terceiro na corrida, recebeu 129.344 votos (4,2%), seguido por Marcelo Queiroz (Progressistas), com 74.996 eleitores (2,44%), e Rodrigo Amorim (União), com 34.117 votos (1,11%).

Cerca de 30% do eleitorado carioca não foi votar neste domingo, totalizando 1.532.093 de abstenções. A cidade teve também 152.491 votos brancos (4,39%) e 245.618 nulos (7,06%).