Economia

Envio de telegrama resiste ao tempo no Brasil

Segundo os Correios, por mês são enviadas cerca de 241 mil mensagens no país

Agência O Globo - 06/10/2024
Envio de telegrama resiste ao tempo no Brasil
Envio de telegrama resiste ao tempo no Brasil - Foto: Reprodução

Os telegramas ainda são usados no país, mesmo com todo o alcance da internet. Antes de a comunicação ser dominada pelos meios eletrônicos, receber uma mensagem assim gerava grande expectativa. Hoje, causa surpresa. Atualmente, os maiores usuários do serviço são as empresas, segundo a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT). Considerado um documento oficial, o serviço é utilizado, por exemplo, para convocações de concursos públicos e cobranças judiciais, entre outras comunicações importantes.

Concurso dos Correios:

Preparação para concurso dos Correios:

Em cidades com mais de 50 mil habitantes, a mensagem é entregue por carteiros até quatro horas após a postagem. Para recebê-la, é necessário ser maior de 18 anos e assinar um comprovante. Para garantir a rapidez da entrega, a impressão do telegrama é feita o mais próximo possível do local de recebimento. Em localidades onde não há uma unidade de entrega em domicílio, o destinatário precisa procurar a agência dos Correios mais próxima.

No primeiro semestre deste ano, um milhão e meio de telegramas foram entregues, a maior parte em São Paulo. Neste período, foram enviados cerca de 241 mil por mês, o que representa oito mil mensagens por dia.

Nove estados do país concentram 90% dos envios. São eles São Paulo (53%), Rio de Janeiro (12%), Minas Gerais (9%), Paranã (4%), Rio Grande do Sul (3%) e Goiás, Santa Catarina, Distrito Federal e Bahia completam a lista com 2% cada.

Ainda de acordo com a empresa, não há um período específico do ano em que ocorra o envio de um número maior de telegramas.

Celebração de 70 anos

Um dado curioso do serviço prestado pelos Correios diz respeito à Petrobras, que enviou telegramas aos 40 mil funcionários em outubro de 2023, para celebrar o aniversário de 70 anos da companhia. A ideia era fazer referência à época da fundação da empresa, quando os empregados foram convocados a trabalhar por meio desse tipo de mensagem. Para dar conta da demanda, funcionários dos Correios foram mobilizados em todos os estados.

O serviço de telegrama está disponível nas agências ou no site da ECT. O telegrama fonado é oferecido pela Central de Atendimento ao Cliente (CAC), mas apenas para clientes com contrato. Os telefones são 3003-0800, para capitais e regiões metropolitanas (fixo e celular) e demais localidades (celular), e 0800-200-0800, para outras áreas (fixo).

Nas agências dos Correios, o telegrama atualmente custa de R$ 15,56. Por telefone, sai por R$ 12,96. Pela internet, o valor é de R$ 10,74.

Vale postal também resiste ao tempo

Um mundo sem cartão de crédito ou débito, Pix, QR Code ou conta em banco. Para atender aos desbancarizados, os Correios oferecem outro sistema que resiste ao tempo: o envio de dinheiro via vale postal. O serviço está disponível desde 1970 e beneficia quem ainda está fora do sistema bancário.

De acordo com a empresa, o vale postal é muito utilizado para pagamento de verbas rescisórias, pensões alimentícias, aposentadorias, prestações de serviços e, em época de eleições, vale-transporte e vale-alimentação para quem trabalha como mesário em seções eleitorais.

Com esse sistema, pessoas que vivem em locais de difícil acesso também são atendidas por programas sociais ou recebem valores como abono do PIS/Pasep, seguro-desemprego e Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Para enviar o dinheiro, é preciso apresentar um documento de identificação e informar o valor que deve ser transferido, acrescido da tarifa do serviço. O destinatário recebe o número do vale e um código token. Com seu documento de identificação, ele vai até uma agência para retirar o valor. Os estados de Minas Gerais e São Paulo são os que mais utilizam o serviço.

Bancarizados

Os Correios também têm parcerias com bancos. Assim, até quem tem já conta pode receber ou enviar dinheiro pelas mais de dez mil agências da ECT espalhadas pelo país.

“Correios e Caixa firmaram parceria, em março deste ano, para ampliar o atendimento à população nas redes das duas instituições. Com isso, clientes do banco acessam produtos e serviços bancários nas agências dos Correios, e lotéricas passam a oferecer postagem e retirada de encomendas. Com esse arranjo, as estatais buscam ampliar a capilaridade do atendimento às pessoas”, informou a empresa, em nota.