O primeiro voo de resgate da Força Aérea Brasileira decolou de Beirute, no Líbano, neste sábado, levando 229 passageiros além de três pets. A aeronave decolou às 13h18, após duas horas em solo. O voo fará uma escala em Lisboa, Portugal, antes de ir para São Paulo, onde pousará no domingo.

A operação para retirar os brasileiros do Líbano usou a experiência recente do Brasil com a "Voltando em paz", que trouxe os brasileiros que estavam na faixa de Gaza em meio a guerra entre Israel e Hamas.

No sábado, o governo brasileiro decidiu adiar o voo que estava previsto por questões de segurança envolvendo o comboio que estava em solo. A região do aeroporto de Beirute tem sido alvo de bombardeios.

Em razão da escalada do conflito, todas as operações precisam ser revistas minutos antes de acontecerem, mesmo aquelas que já estão autorizadas, como foi o caso da operação brasileira no sábado.

O chanceler Mauro Vieira afirmou que o governo também já está estudando rotas alternativas para a retirada e brasileiros. Cerca de 3 mil pessoas pediram ajuda ao Itamaraty para deixar o Líbano.

— Evidentemente já estamos examinando alternativas por outros países. Temos que ver quais são, há um número de bases e outras alternativas que estão sendo tratadas, com a embaixada do Líbano e a rede de embaixadas na região.

O comandante da Aeronáutica, Brigadeiro Damasceno, afirmou que a Força Aérea Brasileira (FAB) tem capacidade de trazer 500 pessoas por semana do Líbano. Ele ressaltou ainda que eventuais desistências serão substituídas para que os lugares sejam aproveitados.

— Temos um número mágico de em torno de 500 pessoas por semana, um fluxo que conseguimos manter — afirmou, completando: — Só pousaram no Líbano quatro países [até agora]. Hoje [quinta-feira] pousariam mais dois. Seríamos o sétimo país a pousar lá. A expectativa é 500 pessoas por semana, é o que conseguimos segurar bem.

O avião

O avião que realizou o primeiro resgate de brasileiros é um modelo KC-30 da Força Aérea Brasileira, aeronave de grande porte, com três corredores e capacidade para 230 pessoas.

Além de pilotos, militares da área de saúde (médico, enfermeiro, psicólogo) farão parte da tripulação para prestar o apoio necessário durante a missão. A operação foi batizada pela Aeronáutica de “Raízes de Cedro”.