Alagoas

Direção do PT de Alagoas divide parte dos recursos do fundão entre si; escritório de filho de presidente é beneficiado

Denúncia revela distribuição suspeita de recursos do Fundo Eleitoral pelo PT em Alagoas

Redação com reportagem de Cinara Corrêa (sucursal de Maceió) 18/09/2024
Direção do PT de Alagoas divide parte dos recursos do fundão entre si; escritório de filho de presidente é beneficiado

O Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas está no centro de uma polêmica envolvendo a distribuição de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha. A Tribuna do Sertão teve acesso a documentos que revelam detalhes sobre a forma como os valores foram alocados. O diretório estadual do PT recebeu um total de R$ 2.311.267,00 da primeira parcela do fundo, mas quase metade desse montante foi direcionado para empresas e pessoas ligadas ao círculo próximo da liderança do partido.

Um dos maiores repasses, no valor de R$ 399.000,00, foi para o escritório de advocacia do filho de Ricardo Barbosa, presidente do PT em Alagoas. Além disso, a Sistêmica Assessoria Contábil, de propriedade de Quitério Matias da Silva, amigo de Adelmo dos Santos (compadre de Lula) e assessor do deputado Paulão, também recebeu R$ 439.000,00.

Outra empresa beneficiada foi a Agência Todas, sediada em Brasília, contratada para prestar assistência às candidatas mulheres do partido. No entanto, segundo duas candidatas consultadas pela Tribuna do Sertão, a agência ainda não realizou qualquer serviço, apesar de já ter recebido R$ 102.700,00.

Ricardo Barbosa, presidente do PT contratou escritório do filho por R$399 mil
Ricardo Barbosa, presidente do PT contratou escritório do filho por R$399 mil

Outros valores foram repassados para a NBB, ligada a Mário Barros, tesoureiro do PT, que recebeu R$ 50 mil, e para a Gráfica Mascarenhas, associada a Gino César, que também recebeu R$ 50 mil.

Esses repasses levantam suspeitas sobre o uso dos recursos do fundo eleitoral, com quase metade do montante indo para empresas e pessoas próximas ao núcleo de comando do partido. A distribuição de recursos internos com dinheiro público, sem a devida transparência, gera questionamentos sobre a real intenção de fortalecer as campanhas eleitorais dos candidatos locais.

A assessoria do PT disse à reportagem que a "representação da direção do partido explicou que a questão que foi colocada é feita com transparência e A prestação de contas diretamente com a Justiça Eleitoral. Além disso, não há o que ser acrescentado".