Internacional

Justiça da Colômbia determina 'medidas para a erradicação' dos hipopótamos de Pablo Escobar

Descendentes do casal de animais trazidos pelo barão do narcotráfico nos anos 1980 se reproduzem sem controle, e ameaçam espécies nativas, afirmaram os juízes

Agência O Globo - 07/09/2024
Justiça da Colômbia determina 'medidas para a erradicação' dos hipopótamos de Pablo Escobar

Um tribunal da Colômbia ordenou, nesta sexta-feira, a adoção de “medidas para a erradicação” de mais de 150 hipopótamos descendentes de um casal de animais trazidos ao país nos anos 1980 pelo barão da cocaína, Pablo Escobar, que estão se reproduzindo de forma descontrolada.

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O Tribunal Administrativo de Cundinamarca, na região central do país, estabeleceu um prazo de três meses para que o Ministério do Meio-Ambiente emita “uma regra que contemple medidas para a erradicação da espécie”, que está afetando “o equilíbrio ecológico”, afirma a decisão divulgada na página do tribunal.

Os juízes especificaram que as medidas devem incluir “a caça controlada e a esterilização” dos hipopótamos.

No fim do ano passado, o ministério havia anunciado um plano para esterilizar parte da população dessa espécie invasora, e aplicar a eutanásia em outros animais. Mas a iniciativa avança a passos lentos, e nenhum animal foi abatido até agora, assim como fracassaram propostas para mandá-los para o México, Índia e Filipinas.

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Os hipopótamos chegaram à Colômbia por capricho de Pablo Escobar, que levou o casal proveniente da África a seu zoológico particular na Fazenda Nápoles, na região de Magdalena Medio.

Após sua morte em 1993, durante uma operação policial, o então maior narcotraficante do mundo, e após a intervenção oficial em suas propriedades, os mamíferos ficaram desamparados e começaram a se reproduzir. Houve casos de ataques contra pescadores no rio Magdalena, o mais importante da Colômbia.

Até meados de 2023, havia 166 hipopótamos e, segundo cálculos do Ministério do Meio-Ambiente, eles poderiam chegar a mil até 2035 caso nada fosse feito. Especialistas afirmam que o crescimento descontrolado da espécie ameaça animais locais, como o peixe-boi. Mas defensores dos direitos dos animais e empresários do setor do turismo são contra a caça.