O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (6) que "alguém que pratica assédio não pode ficar no governo", durante entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia. É a primeira vez que Lula fala publicamente sobre as denúncias de assédio sexual praticado pelo ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos), reveladas quinta-feira (5) pelo portal Metrópoles. Almeida nega as acusações, no entanto, a Comissão de Ética da Presidência da República deu dez dias úteis para o ministro explicar as denúncias contra ele, que envolvem a ministra Anielle Franco (Igualdade Racial) como uma das vítimas.

A fala do presidente surgiu após a primeira-dama Janja da Silva postar, em sua rede social, um story beijando a testa da ministra, uma das possíveis vítimas de assédio sexual praticado pelo ministro Silvio Almeida (Direitos Humanos), que foi denunciado à organização Me Too Brasil. Lula afirmou que janja demonstrou apoio público à ministra porque "não tem mulher que fique favorável a denunciado por assédio".

— O motivo de uma foto da Janja com a Anielle é a demonstração inequívoca que as mulheres estão com as mulheres. E é o normal, não tem uma mulher que fique favorável a alguém que seja denunciado por assédio — disse Lula em entrevista à Rádio Difusora, de Goiânia.

A Comissão de Ética da Presidência da República deu dez dias úteis para o ministro explicar as denúncias de assédio sexual contra ele. O colegiado abriu de ofício um procedimento de apuração para averiguar as denúncias recebidas pela organização Me Too Brasil. Anielle Franco, que seria uma das vítimas, ainda não se manifestou.

Almeida nega as acusações e diz que as trata como "ilações absurdas", além de repudiar "com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas" contra ele: "Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", afirma.

Nesta sexta-feira, Lula terá uma reunião com o ministro para tratar sobre as denuncias pois, segundo ele, o auxiliar tem "o direito de se defender".

— Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo — afirmou na entrevista — Vou conversar com os ministros, conversar com Silvio e Anielle e tomar decisão. Governo precisa de tranquilidade.

Entenda o caso

As denúncias de assédio sexual contra Almeida foram reveladas pela organização Me Too Brasil. A entidade afirmou que "as vítimas enfrentaram dificuldades em obter apoio institucional pra a validação de suas denúncias". "Diante disso, autorizaram a confirmação do caso para a imprensa", diz a nota da entidade.

Almeida, por sua vez, disse repudiar "com absoluta veemência as mentiras que estão sendo assacadas contra mim". "Repudio tais acusações com a força do amor e do respeito que tenho pela minha esposa e pela minha amada filha de 1 ano de idade, em meio à luta que travo, diariamente, em favor dos direitos humanos e da cidadania neste país", afirma.

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