Economia
Cesta básica no Rio de Janeiro custa R$ 745 e é a terceira mais cara do país
Recebendo salário mínimo, trabalhador fluminense precisaria trabalhar 116 horas para comprar itens da cesta básica

O custo da cesta básica no Rio de Janeiro atingiu R$ 745,64 em agosto de 2024, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Esse valor coloca a capital fluminense como a terceira mais cara do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo (R$ 786,35) e Florianópolis (R$ 756,31). A pesquisa, realizada mensalmente em 17 capitais brasileiras, aponta que, apesar de uma ligeira queda de 1,58% em relação ao mês anterior, os preços ainda permanecem elevados, exercendo pressão sobre o orçamento das famílias cariocas.
O Dieese fez um alerta sobre o impacto do custo da cesta básica no orçamento dos trabalhadores remunerados pelo salário mínimo. Em agosto de 2024, o trabalhador no Rio de Janeiro, ganhando o salário mínimo de R$ 1.412,00, precisou dedicar 116 horas e 11 minutos de trabalho para adquirir a cesta básica, um leve alívio em relação às 118 horas e 03 minutos necessárias em julho. Para termos de comparação, em agosto de 2023, esse mesmo trabalhador precisava de 120 horas e 28 minutos para comprar a mesma cesta.
Com base na cesta básica mais cara do país, registrada em São Paulo, o Dieese estima que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.606,13, valor que é 4,68 vezes maior do que o salário mínimo atual de R$ 1.412,00. Esse cálculo leva em consideração despesas com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.
Preço salgado
Se considerarmos o salário mínimo líquido, que é o valor restante após o desconto de 7,5% para a Previdência Social, o impacto é ainda mais evidente. Em agosto de 2024, 57,09% da renda líquida do trabalhador foi destinada à compra dos alimentos básicos, necessários para alimentar um adulto durante um mês. Esse percentual, embora menor do que os 58,01% de julho e os 59,20% de agosto de 2023, ainda revela a dificuldade enfrentada pelos trabalhadores para equilibrar o orçamento familiar.
A análise detalhada dos preços dos itens que compõem a cesta básica do Rio de Janeiro revela uma variação entre os produtos. Entre julho e agosto de 2024, a batata se destacou com uma redução de 27,10%, reflexo do aumento na colheita que elevou a oferta do produto. O tomate teve uma queda de 16,33%, influenciado pela maior oferta devido ao clima quente, o que resultou em preços mais baixos no varejo. Esses produtos, que costumam apresentar alta volatilidade, influenciaram a redução do valor total da cesta.
No entanto, nem todos os produtos registraram queda. A banana, por exemplo, teve um aumento acentuado de 18,22% no período, seguido pelo café em pó, que subiu 6,21%, e pela farinha de trigo, que registrou alta de 2,89%. Essas elevações contrabalançaram as reduções observadas em outros itens, mantendo o custo da cesta em patamares elevados. Em 12 meses, nove dos 13 produtos da cesta básica registraram alta, com destaque para a batata (70,04%) e o arroz agulhinha (29,01%).
Disparidade
A pesquisa revelou que, nas regiões Norte e Nordeste, onde a composição da cesta básica difere das demais capitais, os menores custos foram registrados em Aracaju (R$ 516,40), Recife (R$ 533,12) e João Pessoa (R$ 548,90).
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