Único prefeito do PSOL a comandar uma capital no Brasil, Edmilson Rodrigues, candidato à reeleição em Belém, virou tema da campanha de São Paulo e tem sido usado como munição contra Guilherme Boulos (PSOL) por seus adversários na corrida eleitoral.

Edimilson tem uma das gestões mais mal avaliadas do país e teve seu mandato marcado pela "crise do lixo", quando problemas na prestação do serviço motivou o acúmulo de pilhas de resíduos espalhadas pelas ruas cidade.

Pesquisa AtlasIntel divulgada no dia 15 mostra que 77% da população belenense desaprova o mandato de Edmilson em Belém. Um ranking de popularidade de prefeitos de capitais feito pelo mesmo instituto em dezembro do ano passado apontou que ele era o mais mal avaliado, com uma desaprovação de 88%.

O fato tem sido usado para desgastar uma eventual gestão psolista na capital paulista, como uma "vitrine negativa" do partido.

Em nota, Boulos afirmou que "querer trazer para o debate eleitoral da cidade de São Paulo realidade de outros municípios é pura tentativa de esquivar daquilo que realmente importa para São Paulo".

O candidato em São Paulo afirmou ainda que a manobra deixa "evidente que são candidaturas que não têm propostas para resolver os problemas crônicos da cidade".

Já Edmilson afirmou ao GLOBO que a "crise do lixo" é um problema passado, já solucionado, e que adversários em Belém e em São Paulo vão "insistir em fake news".

— Isso é passado, vão insistir em fake news. O que eu posso te afirmar é que a nossa rejeição foi alta porque a cidade estava muito arrebentada, endividada, teve a Codid, mas superamos as dificuldades. Resolvi um problema sério, porque nenhum cidadão tem como aceitar lixo na esquina. Tinha uma máfia que queria me desgastar — afirmou ao GLOBO.

Belém também enfrenta problemas relacionados ao saneamento básico, alagamento, tratamento de água e de manutenção urbana. De acordo o Instituto Trata Brasil, Belém aparece na 95ª posição no ranking de saneamento, entre 100 cidades avaliadas.

Na campanha pela prefeitura de Belém, adversários de Edimilson apontam um atraso no andamento das obras de responsabilidade do governo municipal, afirmando que é provável que a cidade não esteja com seus problemas solucionados a tempo da COP. O prefeito afirma que as obras de sua responsabilidade estão com o andamento dentro do cronograma e que ficarão prontas a tempo da COP.