Política

Sabatina GloboNews: Ramagem diz que não vê contradição em criticar insegurança no Rio e elogiar gestão de Cláudio Castro

Questionado sobre os elogios feitos ao seu aliado, o candidato afirmou que nunca constatou as políticas de segurança como "boas" e que faz questionamentos tanto no âmbito estadual quanto no municipal

Agência O Globo - 28/08/2024
Sabatina GloboNews: Ramagem diz que não vê contradição em criticar insegurança no Rio e elogiar gestão de Cláudio Castro
Sabatina GloboNews: Ramagem diz que não vê contradição em criticar insegurança no Rio e elogiar gestão de Cláudio Castro - Foto: Reprodução

Candidato à prefeitura do Rio, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL) disse que não vê contradição em criticar a segurança pública no Rio e elogiar a gestão do governador Cláudio Castro (PL). A declaração foi dada em uma sabatina nesta terça-feira, na GloboNews. Questionado sobre os elogios feitos ao seu aliado no Rio, ele afirmou que nunca constatou as políticas de segurança como "boas" e que faz questionamentos tanto no âmbito estadual quanto no municipal.

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— Faço vários questionamentos sobre a política municipal e estadual. Embora os crimes contra a vida estejam diminuindo, a cidade continua sitiada e precisa de um esforço conjunto para que as forças de segurança tenham sucesso. A sensação de insegurança e a quantidade de fuzis nas ruas não são normais — afirmou o candidato.

Quando foi questionado sobre os elogios à política de segurança do governador Cláudio Castro, ele disse:

— Nunca cheguei a constatar como boa. Faço o devido elogio porque os crimes contra a vida estão diminuindo ano a ano. No entanto, não vemos uma solução definitiva para o Rio de Janeiro. Vejo que as forças de segurança do estado estão se esforçando, mas acredito que, a partir de vários exemplos mundiais, a questão da segurança só tomou outro caminho quando o prefeito se tornou protagonista e colocou a segurança como prioridade. Acredito que o governo do estado precise de uma parceria.

Durante a sabatina, Ramagem disse que planeja entrar nas comunidades com as polícias para "retomar os territórios".

— Temos que entrar com proteção para retomar o comércio, melhorar a iluminação, pavimentar as ruas e, em seguida, investir em saúde, educação e cultura. Com esse modelo, não é necessário repetir os erros das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). A politicagem acabou com a UPPs, e o social não entrava — disse ele.

Ramagem também foi questionado sobre sua atuação como diretor da Abin e a utilização da ferramenta FirstMile. Segundo as investigações, Ramagem era o responsável por comandar uma "estrutura paralela" montada na Agência Brasileira de Inteligência para monitorar e produzir dossiês contra adversários do governo Bolsonaro.

O FirstMile foi comprado pela Abin no fim do governo de Michel Temer e utilizado durante parte da gestão de Bolsonaro para monitorar a localização de pessoas por meio da conexão de dados do celular, como relevou o GLOBO no ano passado. A utilização da ferramenta está sendo investigada pela PF.

— Eu desvendei a caixa-preta da Abin. As investigações que iniciei se voltaram contra a pessoa que fez a apuração. Entrei na Abin em julho de 2019. A Abin era completamente analógica. Quando percebi, era algo proposital para não haver controle. [...] Em menos de seis meses analisando a situação, passei um pente-fino para verificar todos os hardwares e softwares que eram utilizados ali. Foi um trabalho feito pela controladoria, que identificou algumas irregularidades. O first mile foi apontado como estando correto e em fase de encerramento, podendo ser substituído. Eu estava ciente de que poderia haver uma inteligência privada ali. Fui diretamente ao first mile e ao diretor responsável. Ele não me fornecia informações, e chegou ao ponto de eu ter que exonerá-lo. Encaminhei tudo para a corregedoria — disse ele.

Após ser novamente questionado sobre a utilização da ferramenta, ele respondeu:

— Se havia uma Abin paralela, ela estava sendo praticada antes.

Sabatinas GloboNews

A GloboNews faz nesta semana uma série de entrevistas com os candidatos a prefeito de São Paulo e do Rio de Janeiro. As sabatinas acontecem sempre às 22h30 e têm 1h30 de duração. Em São Paulo, serão conduzidas por Natuza Nery, e, no Rio de Janeiro, por Miriam Leitão. O canal convidou os candidatos que marcaram pelo menos 5% de intenções de voto e estão entre os cinco primeiros colocados na última pesquisa Datafolha, divulgada no dia 22. Um sorteio definiu a ordem:

No Rio de Janeiro:

Segunda-feira (26): Tarcísio Motta (PSOL)

Terça-feira (27): Alexandre Ramagem (PL)

Quarta-feira (28): Eduardo Paes (PSD)

Em São Paulo:

Segunda-feira (26): Pablo Marçal (PRTB)

Terça-feira (27): Ricardo Nunes (MDB)

Quarta-feira (28): Guilherme Boulos (PSOL)

Quinta-feira (29): Tabata Amaral (PSB)

Sexta-feira (30): José Luiz Datena (PSDB)