Esportes
Quem joga mais vezes? Quem viajará mais? Quem terá mais descanso? Veja raio-x dos 25 dias até as quartas da Libertadores
Brasileiros terão maratona para cumprir até o momento decisivo da competição continental

As quartas de finais da Libertadores serão disputadas apenas no meio de setembro, mas antes de virar suas atenções para os duelos decisivos da competição continental, três dos cinco clubes brasileiros classificados terão pela frente um clássico do calendário nacional: uma bateria de jogos, longas viagens e poucos dias para recuperação entre uma partida e outra.
Estar vivo em três competições no mês de setembro era para ser um motivo de alegria para os times brasileiros, mas acaba que, em certo momento, disputar vários torneios de forma simultânea parece ser um calvário no que se refere a desgaste físico, mental e técnico. São Paulo, Flamengo e Atlético-MG, por exemplo, estão nas quartas de final da Libertadores, da Copa do Brasil e brigam na primeira parte da tabela do Brasileirão.
Rio de Janeiro é a primeira cidade a ter três times nas quartas de final na história da Libertadores
O que poderia ser encarado com um sucesso esportivo acaba sendo um prejuízo na hora de ter que escolher qual competição será priorizada em detrimento de outras. Por fim, salvo raras exceções, as equipes acabam "esvaziando" o Campeonato Brasileiro - que era pra ser o principal produto do futebol nacional - para dar mais importância aos torneios de mata-mata.
- O calendário do futebol brasileiro basicamente pune quem ousa brigar por títulos. Até as equipes que possuem os mais altos investimentos e os elencos mais estrelados sofrem com a dificuldade para se manterem competitivos diante dessa quantidade absurda de jogos. Inúmeras equipes têm feito média de 7 a 8 jogos por mês desde abril. E times como Flamengo, São Paulo e Atlético-MG (na Libertadores), e Corinthians e Athletico-PR (na Sul-Americana), continuam em três competições e seguirão com essa alta média em setembro - opina Pedro Moreno, jornalista do Grupo Globo.
São Paulo, Flamengo e Atlético-MG terão cinco jogos para disputar até o jogo de ida das quartas de final da Libertadores. Dentre os três times, o clube mineiro é quem mais vai sofrer com o desgaste das viagens, muito por conta de ter que visitar o Bahia, em Salvador, e o Grêmio, em Porto Alegre, pelo Brasilierão - serão pouco mais de 7.450km percorridos em 25 dias. O São Paulo fará apenas dois jogos em casa até a ida das quartas da Libertadores, mas provavelmente terá um atenuante de poder emendar dois jogos em Belo Horizonte - contra Cruzeiro e Atlético-MG - e não ter que encarar mais dois dias de viagens. Já o Flamengo terá apenas uma longa viagem para enfrentar o Bahia, e depois em São Paulo contra o Corinthians, mas no geral, serão três partidas em casa.
Por outro lado, ser eliminado da Copa do Brasil pode trazer um efeito positivo - pelo menos no aspecto físico - para Botafogo e Fluminense. Os rivais cariocas não terão compromissos durante as datas do mata-mata nacional e farão apenas três partidas até o jogo de ida das quartas de final da Libertadores. O Alvinegro fará uma viagem longa para enfrentar o Bahia, é bem verdade, mas será o único jogo longe do Rio de Janeiro que a equipe fará nestes 25 dias até o duelo com o São Paulo. O Fluminense, por sua vez, fará dois dos três jogos longe do Maracanã - neste sábado contra o Atlético-MG e no final de semana do dia 15 de setembro, contra o Juventude, em Caxias do Sul. Curiosamente, mesmo assim, o tricolor vai percorrer uma distância menor do que o Botafogo, que vai para Salvador em uma viagem de 2.436km.
- Os últimos anos nos mostram que, mesmo com os maiores orçamentos, ninguém até o momento conseguiu vencer as três principais competições da temporada (Brasileiro, Copa do Brasil e Libertadores ou Sul-americana). Em algum momento, as comissões técnicas são obrigadas a priorizar uma competição em detrimento de outra. E, conforme as fases vão avançando, mais difíceis são os adversários e maior é o desgaste. Essa não é uma discussão recente. Pelo contrário, se arrasta há pelo menos duas décadas. É urgente que o calendário do futebol brasileiro seja revisto e os clubes têm importância fundamental nessa mudança. É preciso pensar em primeiro lugar na saúde dos atletas e privilegiar a qualidade dos principais produtos do nosso futebol - diz Pedro.
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