As operações de buscas pelos seis desaparecidos que estavam no superiate de luxo Bayesian, que naufragou na costa da Sicília, na Itália, após ser atingido por uma tromba d’água repentina, foram retomadas na manhã desta quarta-feira. Vincenzo, da guarda costeira italiana, confirmou que não havia sinal dos passageiros desaparecidos e levantou a hipótese dos corpos não estarem no barco.

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— Não excluímos que eles não estejam dentro do barco, mas sabemos que o barco afundou rapidamente. Supomos que as seis pessoas desaparecidas podem não ter tido tempo de sair. — disse Zagarola ao Guardian. Questionado se há chance de eles estarem vivos, ele respondeu: “Nunca diga nunca, mas a resposta razoável seria não”

Os desaparecidos são o empresário de tecnologia Mike Lynch e sua filha adolescente Hannah Lynch; o presidente do Morgan Stanley International, Jonathan Bloomer, e sua esposa, Judy; e o advogado de Clifford Chance, Chris Morvillo, e sua esposa, Neda.

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O diretor nacional de mergulhadores do departamento de combate a incêndios da Itália, Giuseppe Petrone, afirmou que sua equipe de mergulhadores especialistas conseguiu localizar uma brecha no casco do veleiro e estava trabalhando para abrir uma passagem para chegar às cabines onde esperam encontrar os corpos dos seis desaparecidos.

As equipes de mergulhadores são compostas por duplas, que podem permanecer debaixo d’água por no máximo 12 minutos, sendo que dois são usados para descer e subir. Portanto, o tempo útil de buscas é de apenas 10 minutos na embarcação.

A Divisão de Investigação de Acidentes Marítimos do Reino Unido confirmou que quatro de seus inspetores estavam sendo enviados para Palermo. Equipes de mergulho do serviço de combate a incêndio italiano, que chegaram de Roma, Sassari e Cagliari na segunda-feira, relataram diversos desafios para resgatar os corpos em tamanha profundidade.

— O maior desafio é a profundidade, que não permite intervenções imediatas. Você tem que considerar que quando vamos para debaixo d’água, temos um tempo limitado antes de começar a fase de subida. Há também o problema de acessar a embarcação com todos os pertences dentro e o fato de que o barco está posicionado a 90 graus — disse Marco Tilotta, responsável pelos mergulhadores-bombeiros de Palermo.

A tromba d’água

Segundo as investigações preliminares, o superiate pode ter sido atingido por uma tromba d’água formada a partir de uma forte instabilidade atmosférica, com uma camada de ar mais frio que fica sobre uma camada de ar mais quente e úmido, como acontece com uma tempestade.

Movimentos verticais fazem com que o vento circule em forma de vórtice, com uma depressão profunda no centro da coluna e ventos de até centenas de quilômetros por hora nas bordas.

A duração do fenômeno pode ser de alguns minutos e afetar uma área com diâmetro de algumas centenas de metros. As trombas d'água raramente alcançam a costa, onde desaparecem rapidamente.

O naufrágio

Tudo indica que os turistas dormiam em suas cabines quando o iate foi atingido por volta das 5h. A situação piorou em poucos minutos, o mastro do veleiro, de 75 metros de altura, quebrou, e as fortes rajadas de vento fizeram o veleiro tombar para o lado. O barco ainda chegou a levantar novamente antes de afundar.

Entre as pessoas que estavam a bordo no momento da tragédia, algumas conseguiram subir ao convés, outras se encontraram na água em muito pouco tempo e não souberam explicar como conseguiram se salvar.