Economia

'Vida pós-CNU': depois da prova, candidatos alternam entre descanso e volta aos estudos para outros concursos

Ao todo, são 6.640 vagas, com salários que, em alguns casos, superam R$ 20 mil

Agência O Globo - 21/08/2024
'Vida pós-CNU': depois da prova, candidatos alternam entre descanso e volta aos estudos para outros concursos
Foto: Arquivo/Agência Brasil

Após meses de preparação, quase 1 milhão de pessoas aplicaram o Concurso Nacional Unificado (CNU) no último domingo. Agora, na espera do resultado do certame, os candidatos variam entre o alívio e descanso, volta aos estudos e apreensão pela nota. Especialistas destacam a importância em manter a tranquilidade após a prova.

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Pela primeira vez, o governo federal fez uma seleção única para contratar servidores para diferentes órgãos públicos. Ao todo, são 6.640 vagas, com salários que, em alguns casos, superam R$ 20 mil.

O edital atraiu mais de 2,1 milhões de inscrições. Uma delas foi a de Mariana Veloso, 25 anos, socióloga formada, que há quase dois anos vem se dedicando aos estudos de concursos públicos. Desde janeiro deste ano, quando foi publicado o edital do certame, a estudante passou a focar cerca de 6 horas de seu dia para se aprofundar no aprendizado dos conteúdos do CNU.

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Após ter feito a prova, Mariana conta que sente agora uma sensação de dever cumprido.

— Eu acho que, no geral, eu fico pensando que eu fiz tudo o que eu podia, eu tentei, estudei, me esforcei. Se passar, é isso. Se não vier, eu gosto de pensar muito na ideia de que terão outras provas para passar. Inclusive hoje eu faço acompanhamento médico para conseguir lidar com essa questão da ansiedade nos estudos — diz a estudante.

Mesmo assim, ela conta que já voltou à rotina de estudos, para se preparar para o Concurso Unificado da Justiça Eleitoral, marcado para ocorrer em 8 de dezembro deste ano.

Tempo de reflexão

A psicóloga especialista em concursos públicos e neuropsicóloga Juliana Gebrim conta que é natural que os candidatos sintam uma “mistura de emoções” neste momento após a prova.

— A primeira coisa a fazer é dar-se um tempo para refletir sobre o que aconteceu. Tirar alguns dias para analisar os erros e acertos é fundamental, pois é nesse processo que você pode identificar áreas para melhoria — diz a psicóloga.

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Após meses conciliando o trabalho e os estudos do CNU, a advogada Carla Medeiros, 39 anos, vai seguir pelo caminho recomendado por Juliana Gebrim. Ela conta que vai tirar algumas semanas para “recalcular a rota” e decidir os próximos passos.

— Muito provavelmente devo continuar a prestar concursos na área de tribunais, jurídica em geral, e o CNU no ano que vem, caso aconteça. Mas agora mesmo, eu acho que vou ficar algumas semanas me dedicando só ao meu trabalho, porque o processo nos últimos meses foi desgastante — conta a advogada.

Professor de um cursinho e especialista em concursos, Eduardo Cambuy diz que a estratégia pós-prova sempre varia do candidato.

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— O candidato que vai bem, ele se compromete até o fim do prazo de recurso, depois desse dia, aí ele pode descansar. Afinal de contas, tivemos quase nove meses de concurso do CNU. Eu descansaria um pouco, refletiria quais seriam os próximos passos.. Claro que para aquele candidato que foi mal, desde domingo já sabe disso, na segunda-feira dá uma descansada, na terça-feira já volta a estudar. Não tem tempo para ficar lamentando — diz Cambuy.

Aproveite para rever a live com os resultados do CNU:

Redator de 29 anos, Hugo Virgílio começou a se dedicar aos estudos há pelo menos um ano e meio, período em que dividiu os dias para o trabalho e as noites para os concursos.

Focado no CNU desde janeiro deste ano, ele diz que está otimista com os resultados, e que ainda deve ficar de olho na publicação de editais de demais concursos que o interessem.

— Então, eu estou bem otimista com a prova, eu gostei muito, eu acho que eu fui bem, e não só por achar que fui bem, mas também com relação a outros aspectos, como a abstenção grande. Agora ainda vou seguir me preparando para outros concursos. A princípio não tem nenhum concurso em vista agora — detalha o redator.

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Enquanto isso, Arthur Sudré, 29 anos, diz que vai olhar os resultados do CNU com calma nesses primeiros dias após a prova. Depois disso, seguirá a rotina de preparação que se acostumou a ter no último ano, para de focar em outro concurso.

— Eu não quis olhar meu gabarito, e comparar com o gabarito oficial. Eu confesso que de ontem pra hoje eu tentei dar o mais descansado máximo possível sobre o CNU. Então, eu vou olhar com calma, porque tem um tempo certinho que eu posso entrar em recurso com algumas questões — conta.