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Conselho de medicina americano revoga licenças de médicos que defendiam ivermectina contra Covid

Órgão semelhante ao CFM retirou certificados de dois profissionais

Agência O Globo - 19/08/2024
Conselho de medicina americano revoga licenças de médicos que defendiam ivermectina contra Covid
Ivermectina não é eficaz contra dengue, alerta Ministério da Saúde - Foto: Reprodução

O American Board of Internal Medicine (ABIM), entidade semelhante ao Conselho Federal de Medicina no Brasil, revogou a certificação de dois médicos americano conhecidos por liderar uma organização que promove a ivermectina como tratamento para Covid-19.

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Pierre Kory perdeu seu certificado em medicina de cuidados intensivos, doenças pulmonares e medicina interna. Já Paul Ellis Marik não é mais certificado em medicina de cuidados intensivos ou medicina interna.

Marik é diretor científico e Kory presidente emérito da Front Line Covid-19 Critical Care Alliance, um grupo que eles fundaram em março de 2020, e que ganhou notoriedade no auge da pandemia por defender a ivermectina como tratamento para Covid. Agora, a organização divulga suplementos para tratar "problemas causados por vacinas".

A ivermectina é um antiparasitário usado no tratamento de infecções por parasitas, como piolhos, sarnas e lombrigas. O medicamento foi promovido como um “tratamento precoce” contra Covid-19 no início da pandemia também no Brasil, integrando o chamado “kit Covid”, junto com outras drogas sem eficácia contra a doença.

Já em julho de 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitou a utilização do remédio para esse fim. Diversos estudos científicos mostraram ineficácia da ivermectina contra Covid e, pelo contrário, graves riscos colaterais pelo uso fora da bula.

Em uma declaração enviada por e-mail ao Medscape Medical News, Kory e Marik disseram: "acreditamos que esta decisão representa uma mudança perigosa dos princípios fundamentais do discurso médico e do debate científico que historicamente têm sido a base das associações de educação médica". Eles dizem que a posição da ABIM é um ataque “à liberdade de expressão”.