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‘Não era só mais um Silva’ estreia na Globo Rio contando a história de anônimos e famosos unidos pelo sobrenome

Apresentador do programa é Rene Silva, criador do ‘Voz das comunidades’, que conversou com Xande de Pilares e Boca Rosa; trilha de abertura é cantada por MC Bob Rum, do 'Rap do Silva'

Agência O Globo - 17/08/2024
‘Não era só mais um Silva’ estreia na Globo Rio contando a história de anônimos e famosos unidos pelo sobrenome

Desde 1900, foram registrados nos cartórios brasileiros 21 milhões de pessoas com uma característica em comum: o sobrenome Silva. Tem célebres como o presidente Lula, o apresentador Faustão e a atriz Maísa, além de uma multidão de anônimos, que fazem dessa “família” a maior e mais diversa do Brasil. É sobre esses desconhecidos que o programa “Não era só mais um Silva” se debruça a partir de hoje na TV Globo no Estado do Rio, por volta das 15h30. São três episódios semanais, sempre aos sábados e após a novela “Cheias de charme”, com meia hora de duração.

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Com apresentação do jornalista Rene Silva (mais um), fundador do projeto “Voz das Comunidades”, o programa conta a história de gente comum do estado, mas também famosos de origem popular que talvez o espectador não saiba que carregue o Silva no RG. No primeiro programa, esta pessoa é Xande de Pilares, nascido Alexandre Silva de Assis e criado no Morro do Turano, na Tijuca. No segundo, é a vez da influenciadora e empresária Boca Rosa, a Bianca Andrade da Silva, cria da Maré. Depois, vem Antônio Bento da Silva Filho, o cantor Toni Garrido, que cresceu entre Copacabana e Vila Kennedy.

— Um Silva é uma pessoa que não desiste, uma pessoa que não foge à luta. Insiste, persiste — diz Rene.

Hoje com 30 anos, o jornalista pode dizer que está na atividade desde os 11, quando lançou o “Voz da comunidade”, um jornal feito numa folha de papel ofício. Foram cem exemplares distribuídos no Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, onde mora, com uma reportagem sobre esgoto a céu aberto na região.

As histórias foram crescendo — já que os problemas não diminuíam—, e hoje Rene é presidente do “Voz das comunidades”, no plural. A área de cobertura é mais abrangente, e a equipe, maior, faz jornalismo impresso e digital.

— Quando fundei o “Voz”, carreguei muito isso do Silva sonhador. Sempre dei ênfase a esse sobrenome — diz Rene, que faz agora sua estreia como apresentador. — A proposta é ressignificar o sobrenome, que, muitas vezes, é tido como de gente pobre. Hoje, é de gente potente. E até os famosos são mostrados como pessoas comuns, com quem a gente se identifica. Não estamos contando a história do “Xande canta Caetano”, é de onde ele veio.

Parte essencial do processo de mostrar a força do nome vem de Moysés Osmar da Silva, o MC Bob Rum. Em 1996, ele estourou no Brasil inteiro com o “Rap do Silva” (dos famosos versos “Era só mais um Silva que a estrela não brilha/ Ele era funkeiro, mas era pai de família”). Agora, além de ser um dos personagens da estreia, o carioca colocou voz numa nova versão do rap, batizada com o nome do programa e composta por Guilherme Arruda, diretor da produtora 5e60.

— Fiquei muito lisonjeado e honrado quando recebi a proposta. Topei na hora — disse Bob Rum, de 54 anos.

Maior baile da história

O funkeiro brinca estar com medo de trocar a letra do rap original pela nova (“Ninguém é só mais um Silva, a gente é gente que brilha, Bob Rum está dizendo, vem segue a nossa trilha”) no show que fará para comemorar 30 anos de carreira, 7 de setembro, na Arena Bangu, Zona Oeste do Rio.

O “maior baile funk das antigas da história” era um plano dele e de MC Marcinho (os dois compartilharam o sucesso “Zona Oeste”, dos versos “Eu sou Marcinho de Bangu, sou Bob Rum de Santa Cruz”). Mas, mesmo com a morte do amigo, há um ano, resolveu manter o plano — e no bairro dele.

— A letra nova está na ponta da língua (risos) — diz. —As pessoas já ouviram a chamada na programação e vêm nas minhas redes contar histórias e pedir para aparecer no programa.